quinta-feira, 3 de agosto de 2017

OS INCÊNDIOS,OS PARTIDOS E O PODER

A tragédia de Pedrógão Grande vai marcar certamente esta legislatura e está a condicionar a governação, a oposição e os diferentes poderes em Portugal.Antes de mais um reparo:O movimento sindical deveria ser mais interventivo no que respeita ao que ocorreu ao nível das empresas afetadas e os respetivos trabalhadores.Não tenho informação credível sobre a sua situação, nomeadamente se já estão a receber o subsídio de desesemprego!Sei que alguns já encontraram novas empresas que os recrutaram em colaboração com o IEFP.Mas sempre irão perder alguma coisa com este acontecimento.Vão recomeçar uma nova vida profissional.O assunto também diz respeito ao movimento sindical.
A segunda observação vai para a forma como as diferentes forças políticas se posicionaram perante esta tragédia anunciada e que poderá anunciar outras, se continuarmos a olhar para alguns problemas e fazermos de conta que não os vemos.
Efetivamente existiu um imoral aproveitamento político dos incêndios e da Tragédia ocorrida por parte dos partidos da oposição em particular do PSD.A urgência em usar este acontecimento para o desgaste da «geringonça» foi tão forte que o líder até usou uma informação que se mostrou ser falsa mais tarde para daí tirar dividendos políticos.A questão das listas de mortos foi algo de surreal e própria de quem já está em delírio político!A continuada utilização deste tipo de «armas» pelos partidos políticos mostra até que ponto chegou a erosão ética dos mesmos nas democracias liberais.Falando claro, os partidos políticos, uns mais do que outros e dependendo se estão na oposição ou no poder,não têm escrupulos em utilizar qualquer arma para desgastar o adversário e alcançar o poder.No seu partidarismo cego não se dão conta que a  maioria dos cidadãos já não têm «pachorra» para aturar as suas caturrices em geral desenvolvidas no palco lisboeta.Estes acontecimentos e a gestão dos mesmos pelos diferentes poderes políticos servem para agravar e aprofundar o perigoso divórcio entre os representantes e os representados que, em geral, apenas representam 50% de cada.Não nos admiremos com o que se passa em vários países da Europa , nomeadamente com uma forte ascensão da extrema direita!Com o que se passa na França e em Iátlia com a forte decomposição de alguns partidos políticos , com a corrupção da Justiça e de alguns governantes!
Sentimos porém que é importante uma maior indignação e participação dos cidadãos não apenas nas ruas, na contestação mas também na renovação dos partidos e na criação de novas formas de organização social e política e .Organizações que não reproduzam a partidarite  e o sectarismo em que se afundam os atuais partidos.
A expriencia tem mostrado que mais tarde ou mais cedo os novos partidos que surgem são muito semelhantes aos  que já existiam.Entram no sistema de representação profissional com deputados, assessores, gabinetes e mordomias dadas pelo Estado.Forma-se uma classe política que também se reproduz através dos betinhos das jotas.Uma classe que tem dinâmica própria e interesses próprios para além dos que representa ou pensa representar.O tempo que vivemos tem esta dupla condição: a erosão dos velhos sistemas políticos e a emergência de novas formas de representação social e política!
A corrupção que lavra em quase todos os sistemas políticos democráticos é a consequência do cinismo político e do oportunismo que se desenvolve nas direções partidárias,Onde falham os ideais e as causas abunda a apetência pelo dinheiro, as alianças com o capital financeiro.Mas isto não é a política no sentido nobre!É a consequência do profissionalismo da política e da cativação da mesma pelos grandes interesses!

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