Os pesticidas detêm uma posição única entre os muitos produtos químicos com que diariamente o homem se defronta.
De facto, eles são deliberadamente introduzidos num determinado ambiente, com a finalidade objetiva de limitar uma dada forma de vida. Infelizmente, esta ação não é dotada de uma especificidade seletiva que abranja apenas os seres indesejáveis e, assim, outras formas de vida são afetadas, incluindo o próprio homem, em particular os que manuseiam estes produtos.
No seu portal a ACT disponibilizou um manual de 15 páginas, escrito em linguagem simples e objetiva que pode ajudar os agricultores e trabalhadores rurais ou qualquer outra pessoa que utilize estes produtos químicos.VER
Este é um blog para comunicar com todos os que se preocupam com a promoção da segurança e saúde no trabalho, sindicalismo e relações de trabalho em Portugal , na Europa e no Mundo.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
terça-feira, 28 de julho de 2015
O PODER DOS TRABALHADORES!
No próximo mês de fevereiro vamos ter o XIII Congresso da CGTP, a histórica central sindical
portuguesa! Será que vai ser
avaliado o mandato desta direção coordenada pelo Arménio Carlos, o secretário-
geral que assumiu a liderança da Intersindical, após décadas de Carvalho da
Silva?
O debate interno já começou na Central
sindical e tudo indica que vamos ter um congresso relativamente pacífico, mas
realizado num dos períodos mais complexos e difíceis da História dos
trabalhadores portugueses e europeus!
Temos uma Europa em estagnação económica,
com o diálogo social em estilhaços e com uma forte desvalorização salarial,
perda de direitos sociais e ataques aos serviços públicos. Tudo num quadro de
forte ataque ideológico da direita europeia e de uma social -democracia sem
rumo!
O processo grego adensou ainda mais o
sentimento de impotência das forças de esquerda e do movimento social face às
políticas de austeridade! A esquerda tem dificuldade em fazer passar as suas
mensagens e em certos países dissolve-se ou pulveriza-se numa constelação de
«egos», cada um afirmando que são o caminho verdadeiro ou a solução necessária!
Neste contexto vemos uma UGT cada vez mais
calada e remetida à sua insolvência, particularmente agravada em tempos em que
nada se negoceia nos corredores da concertação! Vemos uma CGTP em manifestação
constante, mobilizando os ativistas sindicais e procurando um discurso para uma
larga massa de trabalhadores passivos com medo do desemprego e corroídos pela
precariedade. Precariedade que alastra colocando em xeque o modelo tradicional
de relações laborais europeu que aceitava e legitimava um certo poder dos
trabalhadores num esquema de cogestão, com alguma distribuição da riqueza por
quem trabalha, nomeadamente férias pagas e contratação coletiva, subsídio de
Natal e algum poder de informação e participação nas empresas.
Este modelo está sob forte ataque em nome
da competitividade e da globalização! Globalização que tem beneficiado em
particular o capital e a sua circulação estonteante colocando como serviçais os
próprios estados e povos através da desregulação das relações do trabalho e da
gestão da dívida permanente e infinita! O pouco poder dos trabalhadores
europeus está a ser esvaziado! O Movimento sindical europeu parece um náufrago à procura de uma tábua de salvação!
Perante esta situação não basta gritar por
mais Europa ou por um Portugal soberano fora do euro! Há que ver a realidade com
realismo e procurar inverter a situação. Voltarei ao tema certamente….
segunda-feira, 27 de julho de 2015
O CAPITALISMO SUBCONTRATA OS RISCOS PROFISSIONAIS!
Ao nível da produção a economia capitalista,
em particular em alguns setores da indústria, vai automatizando o máximo das
operações, evitando assim alguns riscos tradicionais do trabalho.
Mas o mesmo movimento de automatização é acompanhado por um outro que é a subcontratação de aspetos importantes como a manutenção e as limpezas onde efetivamente existem mais e maiores riscos profissionais.
Mas o mesmo movimento de automatização é acompanhado por um outro que é a subcontratação de aspetos importantes como a manutenção e as limpezas onde efetivamente existem mais e maiores riscos profissionais.
Assim a grande indústria, dominada pelas
multinacionais, ao subcontratarem as operações com maior risco acabam por
subcontratar os riscos. Todavia, ao esmagarem os preços nos contratos que fazem
para as operações de limpeza e manutenção contribuem de forma objetiva para a
degradação das condições de trabalho das empresas subcontratadas.Na grande agricultura existe o mesmo fenómeno.As explorações agrícolas contratam empreiteiros que, por sua vez, contratam trabalhadores, muitos deles imigrantes, em condições de trabalho deploráveis!Nesta operação as grandes empresas agrícolas subcontratam igualmente os riscos profissionais!
Em resumo, e ao contrário do que se afirma
em muitos colóquios acríticos, as estratégias do grande capital em relação á
segurança e saúde no trabalho não passa por um maior investimento para aumentar
o bem -estar dos trabalhadores! No fundo a estratégia passa por automatizar e
diminuir o número de trabalhadores, subcontratando o mais possível para
externalizar os riscos para as subcontratadas!
Neste campo, e em particular na construção
civil e agricultura, é importante melhorar a legislação para responsabilizar de forma mais
rigorosa as empresas que são «dono de obra» melhorando e reforçando as coimas e a responsabilização
de todos os intervenientes.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
NEGOCIAÇÃO COLETIVA E SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO-no Brasil!
«A negociação
coletiva é um processo político, no qual a disputa de interesses, de valores e
visões de mundo permeiam todas as etapas, de forma que, seu resultado,
dependerá da correlação de forças entre os diferentes atores sociais
envolvidos. Por sua vez, este processo terá influência direta do contexto
político e econômico, dos aparatos legais existentes, assim como das mobilizações
dos trabalhadores.»VER
quarta-feira, 22 de julho de 2015
A GRÉCIA, O PAPA FRANCISCO!
Nas últimas
semanas o ocorreram dois acontecimentos no mundo de grande importância social e
política. Por um lado a assinatura pelo governo grego de um acordo com o Eurogrupo
e, por outro, a visita do papa Francisco aos países mais pobres da América Latina,
nomeadamente à Bolívia onde participou num Encontro dos Movimentos Sociais e
Populares!
Relativamente à primeira questão, a Grécia, muito se falou e continua a falar, enquanto da
segunda muito pouco se falou e escreveu em Portugal! Este Papa tem um discurso
que cria alergias em largos setores da Igreja portuguesa e europeia; fala a
partir do olhar das periferias do interior de cada país e dos continentes! Mas,
uma andorinha não faz a Primavera e se a palavra/praxis deste Papa não
mobilizar outros setores da Igreja católica, mobilizando mais cristãos em todo
o mundo para a luta contra esta economia predadora do capitalismo atual, de
muito pouco valerá o esforço de Francisco! A recente encíclica é um documento
altamente mobilizador para essa luta, em defesa da terra mãe e do homem todo e
de todos os homens, construindo um mundo sem excluídos e oprimidos!
Relativamente à
cena grega sou dos que não condena o primeiro- ministro nem o Syriza! Com maior
ou menor competência tentaram e tentam encontrar outro caminho para a União
Europeia e para o seu país, utilizando os instrumentos democráticos! Não raras
vezes a voz popular é contraditória! Mas o respeito pela vontade popular nunca esteve
em causa na minha opinião!
Pelo contrário,
os outros membros do Euro nunca fizeram qualquer esforço para negociar com o
governo grego e avespinharam-se com a convocatória do referendo! Estiveram e
estão perfeitamente organizados com uma vontade comum de esmagar qualquer
alternativa do tipo syriza! Foi afirmado de forma clara que, neste momento, no
euro existe uma só moeda, uma só voz, uma só política! A política da
austeridade ao serviço dos banqueiros e acionistas! Com algumas pequenas diferenças
entre socialistas e conservadores, é verdade! A realidade não é a preto e branco
e em política são importantes as diferenças e nuances!
Neste sentido, e
como principal lição a retirar para já do caso grego, é que as forças europeias
que lutam por políticas que não cortem direitos dos trabalhadores e
pensionistas e criem emprego de qualidade precisam de ser reforçadas! Os
sindicatos são uma destas forças…mas tiveram um papel bem apagado!!
segunda-feira, 20 de julho de 2015
AÇÃO DISSUASORA DA INSPEÇÃO DO TRABALHO!
Entre os
muitos e complexos problemas que se colocam hoje às inspeções do trabalho
encontramos um que não é de fácil solução. Trata-se da sua capacidade
dissuasora, isto é, agindo de tal modo com eficácia que impõe respeito e pouca
vontade de prevaricar no domínio das condições de trabalho, nomeadamente das
condições de segurança e saúde no trabalho. Digo respeito e não medo! O medo é
fruto do arbítrio e da falta de transparência, próprios da ditadura. Falo do
respeito pela lei democrática, pelas regras que existem para a defesa dos
direitos e deveres de cada um.
Ora, a
nossa inspeção do trabalho, a ACT, está hoje fortemente manietada por diversos
fatores externos e internos. Lembremos alguns externos e temos logo em primeiro
lugar a justiça laboral, com destaque para a lei e o funcionamento dos
tribunais. Existem processos que se arrastam durante anos sem solução á vista.
Por outro lado a lei está de tal modo fabricada que protege por vezes mais o
prevaricador do que a vítima. Quantos empregadores foram presos em processos de
acidentes mortais de trabalho? Não conheço! Mesmo em casos graves são
absolvidos! Hoje as grandes empresas com bons advogados nos processos ganham
uma grande maioria dos mesmos!
Por
outro lado, em determinadas circunstancias pagar as coimas ou ir para tribunal
compensa. Há setores que, fazendo contas, preferem não pagar as horas de
trabalho extra mesmo que, porventura, venham a pagar umas coimas pelo meio. Ou
seja, prevaricar pode compensar sob ponto de vista financeiro.
Sob
ponto de vista dos fatores internos à inspeção do trabalho, nomeadamente á ACT,
temos os cortes orçamentais e a diminuição de trabalhadores e de capacidade
técnica e de experiência, bem como as orientações no sentido de se implementarem
mais as notificações para as tomadas de medidas do que para os autos de
notícia. As práticas inspetivas vão muito no sentido da informação e da
pedagogia, enfim, do aconselhamento da autoregulamentação. É mau? Pode não ser!
Todavia, se esta tendência é sobrevalorizada a inspeção perde o efeito
dissuasor! Perdem-lhe o respeito e, num contexto de grande desregulamentação,
tal atitude é um convite à fuga aos deveres e ao cumprimento das obrigações
patronais e desrespeito dos direitos dos trabalhadores!
-
sexta-feira, 17 de julho de 2015
UM PAÍS DE PRISIONEIROS?
Recentes notícias
davam como certo que os portugueses trabalhavam em média mais 40 horas por mês
do que os alemães! Outras notícias lembram-nos que os nossos alunos do
secundário, e até as crianças dos infantários, passam demasiadas horas nas escolas
e creches. Por outro lado, as nossas prisões estão superlotadas! Ou seja, o
nosso País assemelha-se a uma grande prisão ou campo de concentração!
Retirando
os reformados, embora muitos estejam também encafuados em lares miseráveis, toda
a gente em Portugal está demasiado tempo presa! E porquê? Acaso temos uma alta
produtividade? Não! Então valerá a pena estar tanto tempo preso no trabalho? Acaso
temos altos níveis de sucesso escolar? Não! Então valerá a pena estar tantas
horas na escola? Por acaso o crime está a diminuir em Portugal? Não! Então
valerá a pena meter tanta gente na cadeia?
Para além de que
não valerá a pena este caminho, de prender os portugueses, temos dados que
apontam Portugal como um País com altos níveis de consumo de fármacos, de
depressões, de stressados e de divorciados! Será necessário repensar este
estilo de vida que a elite politica e o sistema económico de trabalho barato e
longos horários imprimem á nossa vida! O ajustamento imposto pela Troika
insistiu nestes males como remédio para curar a nossa economia. A situação
piorou como é visível!
Do que precisamos é de uma economia onde as pessoas
sejam reconhecidas e recompensadas pelo esforço que fazem, os jovens, em
particular os mais qualificados, possam ficar nas nossas empresas! Uma energia
mais barata e uma burocracia simplificada. E, muito importante, uma democracia
que funcione sem corrupção, com mecanismos de controlo democrático dos
cidadãos!
quarta-feira, 15 de julho de 2015
GUIA PARA COMBATER O ESGOTAMENTO PROFISSIONAL!
Dando continuidade
ao trabalho de prevenção dos riscos psicossociais a Direção Geral do Trabalho
de França desenvolveu, em conjunto com outras entidades, um interessante guia de
combate ao bournout (esgotamento profissional), consequências e formas de o
prevenir nos locais de trabalho públicos e privados, nomeadamente os meios e
ações coletivas e individuais a operacionalizar para agir sobre os fatores de
risco. VER em francês
terça-feira, 14 de julho de 2015
A NANOTECNOLOGIA EM BANDA DESENHADA!
«Nanotecnologia: um universo em construção» é uma brochura da Fundacentro, Brasil, que explica em banda desenhada o que são as nanotecnologias e os riscos que podem colocar aos trabalhadores!Um trabalho muito interessante que pode informar, em particular o público jovem, sobre matérias complexas de segurança no trabalho.
A Fundacentro é o organismo governamental, paritário, que tem a seu cargo a aplicação das políticas de promoção da segurança e saúde dos trabalhadores.VER
A Fundacentro é o organismo governamental, paritário, que tem a seu cargo a aplicação das políticas de promoção da segurança e saúde dos trabalhadores.VER
segunda-feira, 13 de julho de 2015
O PODER DOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA
«Na perceção dos Técnicos de Segurança o seu trabalho é caracterizado por limitações
constantes no exercício de suas atividades e por conflitos com os diferentes
níveis hierárquicos das empresas. O desvio de função foi apontado como prática
corrente, com destaque para atividades administrativas e vigilância
patrimonial.
Os aspetos identificados como determinantes dessa situação foram:
priorização, pelas empresas, da produção em detrimento da prevenção; inserção
frágil do Técnico na política de segurança das empresas; atuação conflituosa
por sua posição intermediária entre trabalhadores e gestores; ausência de
proteção contra despedida desmotivada; predominância da abordagem
comportamental de segurança nas empresas e entre os próprios Técnicos. Essas
limitações e constrangimentos foram apontados como prejudiciais ao
desenvolvimento de ações preventivas e como causa de sofrimento mental e
adoecimento desses trabalhadores.» Revista Brasileira de Saúde OcupacionalVER
quinta-feira, 9 de julho de 2015
MILHARES DE TRABALHADORES SEM VIGILÃNCIA DA SAÚDE!
Há mais
de um ano foi publicada a Portaria nº112/2014 de 23 de maio que pretendia regular a
prestação de cuidados de saúde primários do trabalho através dos Agrupamentos
de centros de saúde (ACES) visando assegurar a promoção e vigilância da saúde a
grupos de trabalhadores específicos de acordo com o previsto no regime jurídico
da promoção da segurança e saúde dos trabalhadores.
Quem são esses
trabalhadores? São os trabalhadores independentes, agrícolas sazonais e a
termo, aprendizes ao serviço de um artesão, trabalhadores do serviço doméstico,
pescadores e, enfim, trabalhadores de microempresas que não exerçam atividade
de risco elevado.
Ora,
esta realidade no nosso País significa centenas de milhares de trabalhadores
cuja promoção e vigilância da saúde ficariam asseguradas pelo Serviço Nacional
de Saúde. Digo: «ficariam» porque efetivamente, e apesar deste diploma, não
ficaram! Pouco ou nada se fez neste sentido. Não se realizou formação e
preparação de médicos e enfermeiros do trabalho para assegurarem estas funções
nos centros de saúde! O governo sabia que seria assim pois nem conseguia médico
de família para todos os portugueses como poderia abrir uma nova frente do SNS,
ou seja, capacitar aqueles centros com os recursos humanos e técnicos para a
vigilância da saúde no trabalho! Aliás, a Ordem dos Médicos contestou esta
Portaria porque não teria pés para andar! Mais um «Faz de Conta» legislativo
para «inglês ver», matéria onde, de facto, este governo é exímio e em geral a
nossa tradição política!
Mas esta
malfeitoria do governo não surpreende! Agora surpreende-me que os parceiros
sociais e, em especial os sindicatos, estejam calados sobre a matéria!
segunda-feira, 6 de julho de 2015
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÂO DE RISCOS PSICOSSOCIAIS!
Foram disponibilizadas no Portal da ACT listas de
verificação relacionadas com os riscos psicossociais, nomeadamente o stresse,
assédio moral e violência no trabalho.Utilize estas listas para verificar a sua situação e a da sua empresa.
No
mesmo menu são igualmente disponibilizados instrumentos de avaliação de riscos
em várias atividades, editados pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde
no Trabalho.VER
quarta-feira, 1 de julho de 2015
MAIORIA NO BRASIL SOFRE ASSÉDIO NO TRABALHO!
O assédio
moral e sexual está mais presente nas empresas brasileiras do que se imagina.
Pesquisa realizada pelo site de carreiras Vagas.com mostra que 52% dos
entrevistados já sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho. A
pesquisa foi respondida por quase 5 mil registados no portal - sendo 54,4%
mulheres e 45,6% homens, de todas as regiões do País - e traz alguns dados
alarmantes.
Do total de entrevistados, 47,3% declararam
já ter sofrido algum tipo de assédio moral, que se caracteriza por piadas,
agressões verbais ou gritos constantes. As mulheres são ligeiramente mais
afetadas do que os homens, respondendo por 51,9% dos relatos.Ver
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