Nos
últimos tempos temos ouvido falar muito dos riscos do amianto, em
particular
nos protestos de alunos e professores de escolas com edifícios que contêm
materiais com aquela substância fibrosa também designada por asbestos e que
está proibida na UE desde 2005.
Vários
estudos revelaram que uma importante
percentagem de cancro laboral na Europa teve origem na inalação de poeiras do
amianto, material muito utilizado em edifícios privados e públicos,
equipamentos de proteção contra o fogo, transportes, revestimentos diversos.É
importante enfrentar a situação sem alarmismos e com medidas adequadas de prevenção
e proteção.
O
principal perigo do amianto acontece quando as
suas fibras se libertam dando lugar à inalação pelos trabalhadores ou
utentes.Se as fibras estiverem fracamente ligadas no produto ou material o
risco é muito maior.Se as fibras estiverem fortemente ligadas num material que
não se desfaça com facilidade a probabilidade das mesmas se libertarem será
muito menor.
A
IARC (International Agency for Reseearch on Cancer) classificou todas as
variedades de amianto como agentes cancerígenos para o ser humano sendo que os
tipos de cancro mais comuns nas pessoas expostas sejam o mesotelioma (cancro da
pleura) e o cancro do pulmão.A asbestose é igualmente uma doença provocada pela
inalação de poeiras do amianto.
As
actividadedes ou situações susceptíveis de exposição a poeiras e fibras do
amianto ou de materiais que o contenham obriga a que seja avaliado o risco para
a segurança e saúde, determinando a natureza, o grau e o tempo de exposição tal
como refere o artigo 6º do Decreto ei
nº266/2007 de 24 de julho.
Nesta
avaliação deve ser determinada a concentração das fibras de amianto no ar nos
locais de trabalho, de estudo ou em locais abertos ao público.Existem valores
limite legais que não se podem ultrapassar.
Há
quem se questione se a presença do amianto implica sempre a remoção do
mesmo.Não necessáriamente.Na tomada de decisão deve ser tida em conta a
avaliação de riscos que deve incluir uma avaliçaõ do estado de degradação do
material,a acessibilidade, probabilidade de contacto, o numero de trabalhadores
ou outras pessoas expostas, tempo de exposição e concentração de fibras no ar.
Existem
assim algumas opções nomeadamente a de deixar o material no local ,devidamente
protegido e vigiado, definindo procedimentos para a sua manutenção e
reparação;encapsular/selar ou confinar o material e remover quando os riscos se
mantenham.
Existindo
o risco de exposição às poeiras de amianto terão que ser tomadas algumas
medidas de prevenção e proteção com destaque para uma informação fundamentada
sobre os riscos,vigilância da saúde ,com exames médicos frequentes, redução do
número de pessoas expostas, processos de trabalho que evitem as poeiras do
amianto e remover o mesmo sempre seguindo as normas técnicas e com equipamento
de proteção individual próprio para o efeito.
Para
se remover o amianto é necessário requerer à Autoridade para as Condições do
Trabalho (ACT) a autorização para efectuar esse trabalho.Esta entidade
inspectiva também verifica se as empresas que removam ou transportem os
matetriais com amianto são técnicamente competentes para o realizar.
A
identificação do amianto não é uma tarefa fácil.Em geral os telhados de
fibrocimento têm amianto.Todavia, este mineral pode existir em revestimentos,
em canalizações, em tectos ou divisórias, em portas,etc.No caso de dúvida
contacte um engenheiro ou envie um pedaço, devidamente molhado e acondicionado,
para um laboratório de análise de produtos químicos.
As
pessoas que eventualmente estiveram expostas a materiais contendo amianto devem
fazer exames para verificar a sua situação de saúde.É muito importante alertar
o sindicato do sector, bem como a Direção Geral de Saúde ou a Autoridade para
as Condições do Trabalho.