Hoje, passados sete anos, a austeridade restringiu a
liberdade da maioria do povo português, aprofundou as desigualdades sociais e
limitou a soberania do Estado para além das limitações próprias de
ter aderido à União Europeia.
Efetivamente as políticas de austeridade, introduzidas
pelo Memorando da Troika e aplicadas pelo governo de forma maximalista, como
bem demonstra Hermes Costa em recente artigo publicado neste blogue, retiraram
direitos fundamentais aos trabalhadores e pensionistas e afetaram inclusive com
restrições sociais os mais pobres.
Ao retirarem rendimentos aos trabalhadores e
pensionistas, a maioria da população, foram restringidos elementos fundamentais
da liberdade. A liberdade de poder até comer mais e melhor! Abundam as cantinas
sociais, a falência de famílias, a perda da própria casa e o desemprego de
longa duração sem subsídio afetou e afeta centenas de milhares de portugueses!
Estas políticas aprofundaram, por sua vez as
desigualdades sociais, como reconheceu ainda recentemente o próprio Primeiro Ministro. Efetivamente a crise teve uma outra dimensão pois
concentrou ainda mais a riqueza em poucas mãos! Ou seja, a falta de liberdade
afetou a maioria dos portugueses menos essa minoria que ganhou com a crise! Os
donos do mercado têm toda a liberdade!
A liberdade do Estado português foi igualmente
restringida pois até um dos líderes do governo afirmou que vivíamos em
protetorado! Mas não acrescentou nada sobre a origem da falta de liberdade do Estado
para além de deitar as culpas para o anterior governo de Sócrates.
Efetivamente em Portugal não se votou a adesão à União
Europeia, nem ao euro nem foi votado também o acordo com a Troika! Os governos
eleitos consideraram todos que tinham legitimidade para tomar tais decisões sem
consulta popular! Mas as consequências de todas estas decisões, boas e más, são
da responsabilidade desses governos!
Passados estes anos estamos menos livres, mais pobres e
mais desiguais! No entanto, a propaganda da direita portuguesa procura
fazer-nos acreditar que o país está no bom caminho.
A oposição tem que nos
mostrar que nos tornará mais livres, mais iguais e menos pobres o que não será
fácil se continuarem as políticas da austeridade. Mas como romper com essas
políticas num só país da zona euro?Só com uma adesão massiva do povo português a outras políticas anti austeritárias já nas próximas eleições!Mas, não nos enganemos, votar apenas não chega!É preciso uma outra atitude política dos portugueses.Temos que nos organizar mais e melhor nos locais de trabalho, nos sindicatos e noutras organizações populares para mudar o curso dos acontecimentos!Ninguém fará por nós aquilo que tem de ser feito por nós!