Para o debate sobre saúde e trabalho no sistema económico capitalista.
Este artigo propõe-se a discutir o cenário contemporâneo das relações entre saúde e trabalho, apontando alguns elementos que possam contribuir para o debate sobre o tema, na perspectiva de alcançar uma nova cultura em segurançae saúde no trabalho.
Evidencia-se que a predominância do viés prevencionista nesta área, que se consolidou ao longo dos anos, é resultado de um modelo hegemônico centrado no biológico e no indivíduo. A construção de práticas voltadas para a atenção à saúde do trabalhador exige uma abordagem interdisciplinar e passa pela apreensão de novos referenciais em saúde e trabalho,compreendendo-os como um processo dinâmico e social.
"A perspectiva aqui referida deve ser pensada com base na premissa de que a saúde do trabalhador sofre forte impacto do capitalismo contemporâneo, em que a produtividade, a competitividade e a flexibilidadese sobrepõem aos aspectos humanose sociais. Portanto, é preciso extrapolar os “muros” da empresa e construir estratégias que articulem a participaçãoe o envolvimento de diferentes instâncias tripartites, compostas por trabalhadores,empresários e governo, para gerar um desenvolvimentonão apenas sustentável,mas socialmente capaz de enfrentar as conseqüências do actual modelo econômico..."(do artigo)Revista Brasileira de saúde ocupacional