Após a participação em vários eventos em paises
do Leste Europeu a percepção que tenho é que
aqueles países passaram do
socialismo autoritário, embora com garantias sociais, para o capitalismo
selvagem onde impera a liberdade dos mais fortes e das empresas.
Em consequência da história recente as organizações
sindicais são em geral frágeis e os trabalhadores sujeitos a uma forte
exploração.
A legislação laboral de cada país vai transpondo,ou
seja copiando, as directivas da UE para o papel,mas raramente passa a mesma para o
terreno concreto das empresas.O bournout existe por todo o lado e em quase
todos os sectores.Não apenas nos serviços públicos mas também noutros sectores
sujeitos a uma feroz competição.Os governos, alguns dos quais seguidores do
pensamento neoliberal mais radical querem um rápido crescimento económico sem
se preocuparem com a qualidade do trabalho, nomeadamente com direitos sociais e
laborais.
Horários de trabalho longos, inoperancia das
inspeções do trabalho e dos tribunais, assédio moral e sexual reinam em muitas
empresas e serviços daqueles países.Mas não apenas naqueles países .Em Itália
aumentou a sinistralidade laboral e as doenças profissionais com a crise de
2008, um sinal evidente da degradação das condições de trabalho num dos países
fundadores da CEE.E que dizer da Espanha e Portugal que continuam a ser
campeões da Europa Ocidenteal neste domínio?
È assim necessário muito trabalho para se implementar a prevenção dos riscos
profissionais.Tanto os tradicionais como os emergentes.Por enquanto a prevenção
dos riscos psicossociais é apenas um tema de seminários.Na realidade nos países
do Leste e do Sul europeu são raras as empresas que investem nesta matéria.`São
necessários meios técnicos e dinheiro.Mas, sobretudo, é urgente uma mais forte
organização sindical para mudar a posição dos empresários.Estes dizem-se
preocupados nos inquéritos organizados pela Agência de Bilbao e outras
entidades.Mas se não existir força sindical , são raras as empresas que passam
à ação!