A Fundação
Europeia para a Melhoria das Condições do Trabalho publicou recentemente um
relatório sobre a violência e assédio no trabalho em 29 países europeus. O
documento divide os países em quatro grupos em função da prevalência do
fenómeno, procedimentos e políticas adotadas nas empresas e sensibilização da
sociedade. Há diferenças entre a Europa do norte de um lado e os países do sul
e leste do outro. Ver relatório em anexo.
Este é um blog para comunicar com todos os que se preocupam com a promoção da segurança e saúde no trabalho, sindicalismo e relações de trabalho em Portugal , na Europa e no Mundo.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
sexta-feira, 24 de abril de 2015
DE ABRIL A MAIO!
Em cada rosto a igualdade e um sorriso
do tamanho de um abraço! Burgueses mais receosos acenavam das suas janelas
fortalezas! O seu pudor de classe impedia-os de se misturarem ás multidões
amaldiçoadas pela ditadura derrubada há poucos dias! «Uma gaivota voava, voava!
» - diziam as vozes mais poéticas, enquanto que outros mais audazes e com os
pés assentes na terra não queriam «nem mais um soldado na guerra»! Uns
marchavam com passo domingueiro, como quem vai para um piquenique primaveril,
outros cerravam fileiras e erguiam os punhos para o céu que se mantinha mudo
mas sereno!
Já no recinto,
falaram os grandes fundadores, vindos há pouco do exílio, e os que aqui lutaram
como toupeiras e o soldado e o sindicalista….e tudo foi prometido, uma nova
terra, um novo homem! E dali saímos todos convencidos que de novo se tinha
nascido! Era a liberdade!
OPERÁRIOS SÃO AS MAIORES VÍTIMAS DO TRABALHO!
O 28 de Abril!Dia Mundial para lembrar as vítimas do trabalho!Os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices é o grupo profissional que mais acidentes
de trabalho sofreu, segundo os últimos dados oficiais conhecidos, ano de 2012, com quase 38% das ocorrências! O mesmo grupo também se destaca para as ocorrências com consequência mortal com quase 32% do total.
Todavia é no grupo dos «agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta» que a sinistralidade é mais grave, registando-se uma percentagem de ocorrências mortais quase 3 vezes superior à percentagem do total de acidentes neste grupo. Para os sinistrados em que se conhece a idade à data do acidente, mais de metade dos acidentes, 55,5%, ocorreram com trabalhadores entre os 25 e 44 anos.
Dos 193 436 acidentes mortais,31,3% não provocaram qualquer ausência ao trabalho e 22,3% geraram ausências superiores a 29 dias.
Novas medidas de prevenção e segurança e saúde no trabalho devem ser tomadas em Portugal para se melhorarem de facto as condições de trabalho de todos os trabalhadores.
quinta-feira, 23 de abril de 2015
AÇÃO INSPETIVA NOS ESTALEIROS DA CONSTRUÇÃO!

A ação, que teve incidência especial nas questões de
segurança e saúde no trabalho abrangeu um total de 276 estaleiros, 692
empresas do setor e beneficiou 2.110 trabalhadores. Das visitas resultaram 26
suspensões de trabalhos, 55 autos de notícia e 563 notificações para tomada de
medidas.
Esta ação nacional, prevista no Plano de Atividades da
ACT, justifica-se plenamente pois não obstante as intervenções que têm sido
desenvolvidas no setor da construção e a conhecida diminuição dos estaleiros,
os índices da sinistralidade grave e mortal continuam a atingir proporções
preocupantes no nosso país.
Com efeito, e segundo dados da ACT atualizados a 7 deste
mês de abril, ocorreram 88 acidentes graves e 41 mortais no ano de 2014. Em 2015
já se registaram 21 acidentes graves e 9 mortais. Porém, e segundo
informação do Ministério da Economia do ano de 2012 sobre sinistralidade
laboral não mortal, a mais recente disponível, ocorreram nesse ano 28.093 acidentes,
ou seja 14,5% do total, atrás das indústrias transformadoras e do comércio por
grosso e a retalho....» (Do comunicado da ACT de 23 de abril de 2015)
segunda-feira, 20 de abril de 2015
PRÁTICAS DE GESTÃO QUE GERAM SOFRIMENTO!

Mas
o mais grave é que esta cultura empresarial que se expande á frente dos nossos
olhos não tem piedade para os fracos! É enaltecido o que resiste, o forte, o
competitivo. Depois temos casos como o piloto alemão da Germanwings que escondem a sua
doença para não aparecer como fraco aos seus gestores e assim comprometer a sua
carreira ou ainda os casos dos sucessivos suicídios na Renault francesa muito
falados na imprensa de todo o mundo! Neste contexto muita gente acaba por ir
trabalhar doente-hoje muito comum- e temos assim o «presentismo» em contraponto
ao absentismo.
Mas ainda mais
grave é que estas práticas de gestão e de organização do trabalho, em que o
trabalhador vive em sofrimento e em silêncio, começa a ser banal, é a
«banalização do mal», tema trabalhado hoje por vários investigadores da
Psicodinâmica do Trabalho, tendo como nome mais conhecido o francês Christophe
Déjours. Os trabalhadores procuram definir as suas estratégias para enfrentar o
sofrimento do trabalho. Os próprios sindicatos não estão preparados para lidar
com estes problemas.(Preocupações apresentadas no ESCUTAR A CIDADE em Lisboa a 16 de abril de 2015).
quinta-feira, 16 de abril de 2015
ESCUTAR A CIDADE-Há que valorizar o trabalho e o trabalhador!

Mas
o maior desafio é o futuro do trabalho numa sociedade que para produzir riqueza
precisa de menos gente a trabalhar. É aceitável uma sociedade em que apenas se
garante trabalho a uma parte reduzida da população ativa? Será que se
perspetiva uma sociedade fraturada entre os que têm trabalho e, portanto
rendimento, e os que nunca conseguem emprego? Entre os que recebem bons
salários e emprego mais ou menos estável, uma minoria, e os que vivem para
sempre na precariedade, no trabalho atípico, no biscato, na economia informal
ou seja a maioria?
Ora o trabalho,
mesmo no contexto de trabalho dependente, assalariado, com as respetivas
limitações legais, é uma atividade humana, possibilidade de sobrevivência com
dignidade e realização pessoal. Como podemos conviver com uma realidade em que uma minoria tem bons
empregos e a
maioria vive sem trabalho remunerado, sem estabilidade, sem condições de
dignidade O trabalhador não é uma peça descartável, é ator e criador da
riqueza. Uma economia humana não poderá marginalizar tanta gente do trabalho. A
maioria cairá na pobreza e na falta de dignidade! Urge novo aprofundamento da
Igreja nesta matéria...(preocupações a apresentar no Forum Lisboa).VER PORTAL «ESCUTAR A CIDADE
quinta-feira, 9 de abril de 2015
TRABALHADORES DOS CALL CENTERS ORGANIZAM-SE!

Atualmente, a
nossa atividade laboral não está regulada. Muitos estudos apontam para o
seu caráter de desgaste rápido, pelo facto de estarmos sempre sob muita
pressão – stress – e corrermos o risco de lesões laborais. Para piorar a situação,
em muitos call centers as empresas nem sequer cumprem aquilo que já é lei,
driblam os contratos para não efetivar trabalhadores, impedem-nos de ir à
casa de banho ou demitem-nos sem qualquer justificação, para manter a
rotatividade. Ver
quarta-feira, 8 de abril de 2015
QUEM NÃO GOSTA DA INSPEÇÃO DO TRABALHO?

Esta aversão à inspeção do trabalho é obviamente
extensiva aos sindicatos e à Organização Internacional do Trabalho (OIT).Quais
são as formas que os políticos conservadores estão a utilizar para debilitar as
inspeções do trabalho? São várias as estratégias, com destaque para a redução
drástica dos orçamentos e do pessoal, perda de autonomia com integração das
inspeções noutros organismos e erosão do estatuto do inspetor do trabalho. Quase
todas as organizações sindicais de inspetores da Europa se queixam dos mesmos
problemas. O inspetor perde autonomia, é sobrecarregado com burocracia e
missões laterais e vê o seu estatuto diminuído contrariando até as convenções
da OIT. Aumenta o controlo político das inspeções, que são frequentemente integradas
na segurança social ou noutros organismos, como forma de diluir a sua missão
específica.
A redução dos orçamentos é uma das mais
importantes formas de destruir as inspeções do trabalho. Falta de meios para ir
para o terreno e substituindo a ação nas empresas pelo trabalho meramente
informativo e de aconselhamento com a justificação da falta de meios.
Os governos conservadores são muito
sensíveis aos argumentos das associações patronais que se queixam de muitas
regulamentações para as empresas e das ações inspetivas. Por outro lado, às
organizações sindicais interessa uma inspeção atuante, autónoma e eficaz.
Em Portugal, e quando a inspeção do
trabalho comemora em breve um século de vida, é oportuna uma reflexão sobre o
papel da Inspeção do Trabalho numa sociedade democrática!
segunda-feira, 6 de abril de 2015
COMBATER O TRABALHO CLANDESTINO!
Promovida pela
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), vai ter lugar
no próximo dia 7 de abril, no Auditório do Centro Cultural
Casapiano, em Lisboa, a Sessão de Encerramento da Campanha Nacional contra o
Trabalho não Declarado.
O evento, que
tem início pelas 14 horas, destina-se fundamentalmente a divulgar publicamente
a avaliação da Campanha através de comunicações da ACT e de representantes dos
parceiros sociais e institucionais, nomeadamente UGT e CGTP pela parte sindical
e CAP, CCP, CIP e CTP pela parte patronal.
O combate contra o trabalho não declarado não é apenas um assunto do SEF e Inspeção do Trabalho que realizou algumas ações no terreno , nomeadamente no Alentejo, em algumas grandes explorações da agro-industria que escraviza imigrantes!Porém,a «nova agricultura» do Alentejo tão elogiada pelo CDS/PP mantém a sua tradicional influencia junto do poder político em Lisboa!Na hotelaria a exploração de jovens trabalhadores é crescente, em particular no Verão!
O combate ao trabalho não declarado é objetivo também das organizações de trabalhadores!O trabalho clandestino é um ato anti-social e anti sindical!
quinta-feira, 2 de abril de 2015
ACIDENTE DE TRABALHO OU CRIME?
«Um operário morreu quando procedia a trabalhos numa vala, na berma da Estrada Nacional 15, no
acesso sul a Bragança, na sequência de um desabamento de terras e pedras, que ocorreu ontem cerca das 15.30 horas.
O homem encontrava-se a trabalhar quando foi surpreendido pelo deslizamento de terras. "Mal chegamos iniciamos os trabalhos para remover a vítima que apresentava sinais vitais ténues. Acabou por falecer", explicou José Fernandes, comandante dos Bombeiros de Bragança.
Pedro Lara estava dentro da vala, com cerca de 4,5 metros, onde procedia à instalação de tubagem enquanto outros colegas trabalhavam no exterior. No local também operava uma restroescavadora.
Os bombeiros foram informados pelo CDOS às 15.49 horas. "Nós demoramos poucos minutos a retirar o corpo, procedemos a manobras de reanimação e, depois, começamos a retirar o jovem, mas com muita dificuldade. Tratava-se de uma zona perigosa", contou o comandante da corporação.
Feliciano Ribeiro, o padrasto, explicou que o jovem tinha acabado de chegar ao trabalho quando entrou na vala e aconteceu o acidente. Estava na obra de requalificação de bermas e passeios num dos acessos à cidade. ACT abriu um inquérito.» (JN de 01 de abril de 2015)
acesso sul a Bragança, na sequência de um desabamento de terras e pedras, que ocorreu ontem cerca das 15.30 horas.
O homem encontrava-se a trabalhar quando foi surpreendido pelo deslizamento de terras. "Mal chegamos iniciamos os trabalhos para remover a vítima que apresentava sinais vitais ténues. Acabou por falecer", explicou José Fernandes, comandante dos Bombeiros de Bragança.
Pedro Lara estava dentro da vala, com cerca de 4,5 metros, onde procedia à instalação de tubagem enquanto outros colegas trabalhavam no exterior. No local também operava uma restroescavadora.
Os bombeiros foram informados pelo CDOS às 15.49 horas. "Nós demoramos poucos minutos a retirar o corpo, procedemos a manobras de reanimação e, depois, começamos a retirar o jovem, mas com muita dificuldade. Tratava-se de uma zona perigosa", contou o comandante da corporação.
Feliciano Ribeiro, o padrasto, explicou que o jovem tinha acabado de chegar ao trabalho quando entrou na vala e aconteceu o acidente. Estava na obra de requalificação de bermas e passeios num dos acessos à cidade. ACT abriu um inquérito.» (JN de 01 de abril de 2015)
NOTA:No século XXI como se pode enviar um jovem para a morte desta maneira?Por acaso o dono da Obra, a Câmara não tem obrigações legais no que que respeita á segurança e saúde no trabalho?A empresa subcontratada tem certamente obrigações no domínio da segurança no trabalho.Porque não estava a vala devidamente protegida e escorada como manda a lei?Como era acompanhada a obra pela ACT?Uma tristeza! Em tribunal certamente vai tudo ser absolvido!Ninguém é responsável, claro!
quarta-feira, 1 de abril de 2015
LOW COST,SEGURANÇA E QUALIDADE DO TRABALHO!
Estamos a viver o mundo do low cost! Viagens
low cost, comida low cost e até trabalho low cost!O consumidor, em particular
os mais jovens, regozijam-se com tais propostas. É o paraíso do consumo barato,
enfim, um maná para quem tem pouco dinheiro!
Todavia, temos que ter tento na bola e não
embarcar levianamente, sem espírito crítico, nesta dinâmica porque ela tem um
aspeto perverso que é necessário desmontar.Com efeito, os custos baixos são em
geral sustentados pelo trabalho. Não apenas pelo baixo salário, mas também
pelas condições de trabalho e até de segurança.
Assim, o consumidor tem um produto barato
à sua disposição mas á custa do produtor que é frequentemente esmagado no seu
contrato a nível salarial e de qualidade de trabalho! Quase sempre o consumidor
é o próprio trabalhador ou o seu familiar!
No fundo, o low cost é uma ilusão e serve
para rebaixar os custos gerais do trabalho, dos níveis de segurança e de
qualidade. As companhias aéreas são um exemplo desta realidade. Os macdonalds
são outro exemplo de má alimentação a baixos custos! Com o low cost fazem-se subcontratações
esmagadoras, contratos precários, trabalho clandestino!É mais uma estratégia
para aumentar os lucros de alguns à custa da maioria!
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