sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PROTEGE A TUA PELE!...filme napo!

O filme alerta para os perigos de exposição da pele a substâncias perigosas (e às vezes não muito perigosas), para as situações em que a exposição ocorre, assim como para o que é possível fazer no sentido de evitar os riscos, proteger a pele e prevenir os danos.
Napo descobre diversas situações em que a exposição a produtos químicos e a outras substâncias pode causar problemas de pele. Aprende as extraordinárias características da pele e despe-se para mostrar à audiência: ‘Tudo o que sempre desejaste saber sobre... a tua pele’. Napo identifica medidas de prevenção dos problemas e comunica três mensagens importantes: Evitar– Proteger – Verificar.Consegue-se evitar ou minimizar o contacto com produtos químicos através da eliminação - utilizando um método mecânico em vez de um químico; da substituição - utilizando uma alternativa mais segura; e trabalhando a uma distância segura - utilizando ferramentas em vez do manuseamento directo.
 O equipamento de protecção pessoal está desenhado para proteger a pele mas Napo chama a nossa atenção para a importância dos cuidados a ter com a pele através da remoção imediata da contaminação, da lavagem adequada da pele, da secagem da pele e da aplicação regular de cremes para a pele. Por fim, Napo recomenda a realização regular de testes com vista à detecção precoce dos sinais de problemas de pele.VER


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

PARA ENGRAVIDAR É PRECISO CORAGEM!

Engravidar é um ato de grande coragem neste país! Em particular quando se está a trabalhar por conta de outrem. As pressões e, por vezes, o assédio que se faz nos locais de trabalho e nas entrevistas prévias às admissões são claramente um atentado aos direitos humanos, uma horrenda discriminação das mulheres que decidiram ter filhos! 
Sem querer menorizar a importância do que está estabelecido na lei portuguesa, que é muito importante, é necessário fazer uma reflexão sobre os mecanismos de vigilância e inspeção, bem como o montante das coimas por atentados, nomeadamente despedimento ilegal, de trabalhadoras grávidas! A questão central é a falta de queixas das trabalhadoras que foram despedidas, ameaçadas de despedimento ou por qualquer modo pressionadas a não engravidar.
A CITE, nomeadamente, diz que há muitas mulheres que falam dessas pressões mas não apresentam queixa! Efetivamente a ACT, inspeção do trabalho, também confirma que não tem queixas! Então o que é que se passa? É medo de perder o emprego! Apresentar uma queixa significa ter testemunhas e muita coragem pois sabe que o caminho a curto ou médio prazo é o «olho da rua», não sendo seguro que ganhe a causa em tribunal! Esta questão exige um agravamento das penas deste tipo de perseguição laboral e um quadro legal que favoreça a apresentação de uma queixa.
Mas o que faz muita falta é uma estrutura sindical atuante nas empresas que possa ajudar as trabalhadoras nestes momentos. Por outro lado, esta questão é amplamente social e implica com questões muito importantes para a sociedade, nomeadamente com as questões demográficas! Um país com os problemas demográficos que todos conhecemos tem que proteger a mulher que precisa de trabalhar e pretende ser mãe.
 Há que denunciar assim todas as ações de perseguição ou coação da trabalhadora grávida ou que pretenda engravidar! A primeira grande barreira á perseguição destas trabalhadoras é o conjunto dos colegas, os delegados sindicais, a opinião pública nos jornais, televisão e por outros meios!

domingo, 26 de outubro de 2014

NOVO RELATÓRIO SOBRE STRESSE LABORAL NA EUROPA!|

Um quarto dos trabalhadores europeus afirma sentir sempre ou quase sempre stresse no trabalho e uma proporção idêntica afirma que o trabalho afeta negativamente a sua saúde. Os riscos psicossociais — por exemplo, tarefas monótonas, volume de trabalho excessivo, prazos apertados, dificuldade em conciliar a vida profissional com a vida privada, violência e assédio por parte do público ou de colegas — contribuem para o stresse relacionado com o trabalho. Um novo relatório, publicado no âmbito de uma campanha europeia denominada «Locais de trabalho saudáveis contribuem para a gestão do stresse», oferece uma panorâmica dos riscos psicossociais presentes nos locais de trabalho europeus e apresenta diversas opções a tomar tanto a nível político como a nível da empresa, ilustrando todas as situações com exemplos reais e estudos de casos.VER

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SINDICATOS EUROPEUS DEBATEM FUTURO!

Toda a gente reconhece que o diálogo social na União Europeia nunca esteve tão mal como neste tempo da Comissão Barroso que chega ao fim! Recentemente a Confederação Europeia de Sindicatos realizou uma conferência social em Bruxelas para debater os temas sociais e o futuro do diálogo social na Europa. 
Segundo alguns sindicalistas é tempo de esperança com a nova Comissão presidida por Jean-Claude Juncker. Outros dizem que esperam para ver o que se passa nos próximos seis meses! Pois, na minha opinião, bem podemos esperar mas não sentados porque as coisas não vão melhorar! Na referida conferência constatava-se o que todos sabemos, nomeadamente que nunca as posições entre patrões e sindicatos foram tão distantes e que aqueles usam cada vez mais a tática da hipocrisia, negociando claramente com a intenção de nada assinarem no domínio laboral!
Ora, será que os sindicalistas de topo da CES acreditam que o diálogo social vai melhorar simplesmente porque nos vamos comportar bem? Depois do comportamento vergonhoso da Comissão para com Portugal e a Grécia, onde foram aplicadas políticas económicas extremamente duras que colocaram em causa não apenas o diálogo mas o próprio modelo social europeu, não podemos esperar senão mais do mesmo, em menor ou maior quantidade! O debate na CES pode chegar a um relativo consenso quanto ao diagnóstico mas não é fácil encontrar uma estratégia comum de sindicatos europeus! Mas, sem esse esforço a CES continuará a ser principalmente um aparelho burocrático qua promove algumas manifestações caras, uns documentos de boas intenções e muitos salamaqueques para com a Comissão.
 Os sinos estão a tocar mas os dirigentes da CES fazem que não ouvem e assim não poderão ver o fogo a alastrar. O fogo da descredibilização sindical, do afastamento dos trabalhadores das suas organizações da pouca eficácia das respetivas lutas. A estratégia da CES, tal como foi abordado nessa conferencia deve passar pela reconhecimento na ação e de direito da greve internacional, pelo reforço da solidariedade setorial e interempresas e por ações sustentadas que «mordam» interesses económicos fundamentais. O poder económico tomou conta em definitivo da Comissão e esse poder só conhece uma linguagem que é a da força! Aliás, sempre foi assim, embora durante algum tempo a relação de forças não lhes fosse favorável!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

AS GREVES EM PORTUGAL ou o que parece nem sempre é!

É frequente ouvirmos dizer que em Portugal se fazem muitas greves, nomeadamente por pessoas que nunca fizeram qualquer greve e nem sentiram qualquer efeito das mesmas! Ouvem-se desabafos e lamentações logo que ocorre uma greve, em particular nos transportes e na saúde! Ora, o problema está mesmo aqui! 
Portugal é dos países europeus onde ocorrem menos greves e conflitos sociais. Todavia, o maior número de greves ocorre no setor público e de transportes afetando a comodidade e os serviços às populações com destaque para os setores referidos. Segundo dados do Ministério da Economia em 2012 realizaram-se 127 greves ás quais aderiram 92.324 trabalhadores tendo como consequência a perda de 112.984 dias de trabalho. Nestes dados não estão contabilizadas as greves da Função Pública.
 Das 127 greves apuradas, 50 ocorreram nas indústrias transformadoras e 62 nos transportes e armazenagem. Os distritos de Lisboa, Porto e Setúbal foram as regiões onde mais trabalhadores aderiram às greves o que é natural, dado que também ai trabalha a maioria dos portugueses! As reivindicações salariais e por condições de trabalho estiveram nos primeiros lugares.
 Em termos de resultados alcançados e do total das reivindicações efetuadas apenas 4,6% tiveram aceitação total e 8,6%, foram parcialmente aceites, sendo que 86,7% foram recusadas. Estes dados mostram que, apesar de 2012 ter sido um ano terrível da crise no quadro da intervenção da Troika, Portugal teve um baixo nível de conflitualidade social no setor privado.
Assim a perceção que alguns setores da população têm de que somos um país em constantes greves não corresponde á realidade! Essa perceção tem por base o impacto que greves dos transportes e da Função Pública têm nessa mesma população e na comunicação social. Uma das razões para tão baixo nível de conflitualidade num ano chave de desvalorização e intensificação da exploração laboral tem a ver com os níveis históricos de desemprego no país, quase nos 19%.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

AS LUTAS DOS TRABALHADORES INVISÍVEIS!

Os administrativos e auxiliares de saúde vão estar em greve no próximo dia 24 de outubro reivindicando as 35 horas e a contratação de mais pessoal! Estes trabalhadores, tais como os auxiliares de educação nas escolas das escolas públicas, fazem parte dos trabalhadores pouco visíveis na sociedade! São trabalhadores de segunda classe, raramente focados nos «media» e as suas reivindicações pouco consideradas! São, porem, gente de muito trabalho, embora menos qualificado do que os seus colegas professores, enfermeiros ou médicos! Em geral, conformam-se com a sua situação e os salários que auferem são muito baixos havendo muita gente a ganhar 500 e tal a 600 euros!
Nestas classes estão agora também licenciados que não conseguem trabalhar nas áreas dos seus estudos. Nesta sociedade de economia capitalista o trabalho é uma mercadoria e obedece á lei da oferta e da procura! Atualmente existe muito desemprego e, portanto, o trabalho vai diminuindo de valor. Por outro lado para o valor de uma profissão também conta o seu prestígio e a imagem que a própria sociedade tem de determinados profissionais.
 Existem outras profissões invisíveis tais como os trabalhadores da recolha do lixo, das funerárias e cemitérios e os trabalhadores/as domesticas, entre outras! Dai que uma luta destes trabalhadores como a das auxiliares de saúde ou de educação seja de saudar não apenas pelo significado económico mas também simbólico. Estas classes mais exploradas e ignoradas podem, através das suas lutas, ganhar mais voz e dignidade!

ADEUS CASA DO DOURO!Eles comem tudo!

A Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (Avidouro) defendeu esta quinta-feira que a lei que altera os estatutos da Casa do Douro (CD), criada em 1932, "mergulhou num profundo luto" milhares de produtores durienses, por aquilo que considerou ser a "extinção da CD". A alteração dos estatutos da CD foi publicada na quarta-feira, em Diário da República (DR), criando as condições para a transição para uma associação de direito privado e de inscrição voluntária "Esta alteração aos estatutos é um autêntico assalto à instituição CD e um roubo ao património da lavoura duriense", salientou ainda, em comunicado, a organização. Para a associação, "o objectivo primordial (com a alteração estatutária) é mais uma vez ceder aos grandes interesses económicos e dar de mão beijada todo o património, que é de toda a lavoura duriense, às grandes casas exportadoras do sector". Esta lei está inserida num plano delineado pelo Governo para resolver a dívida de cerca de 160 milhões de euros da instituição duriense, que passa ainda por um acordo de dação em cumprimento, que visa a entrega de vinho para pagamento da dívida. Em Julho, dos 37 trabalhadores do quadro privado da instituição, 13 encontravam-se com salários em atraso, tendo seis suspendido o contrato de trabalho.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

APESAR DA CRISE INSPEÇÃO DO TRABALHO DIMINUI ATIVIDADE!

No âmbito da fiscalização das condições de trabalho, e segundo o Relatório da Ação Inspetiva de 20013 publicado agora no respetivo portal, a Autoridade para as Condições do Trabalho realizou em 2013 um total de 41.546 visitas inspetivas, abrangendo quase 27 mil entidades e mais de 340 mil trabalhadores em todo o território continental. 
No referido Relatório de Atividade Inspetiva, que é entregue anualmente ao Diretor Geral da OIT, constata-se que as atividades com maior incidência na ação da ACT foram os setores da construção, do comércio e reparação de veículos automóveis e indústria transformadora. Com efeito, durante o ano de 2013 os inspetores do trabalho efetuaram mais de 13 mil notificações para a tomada de medidas no domínio da segurança e saúde no trabalho, sendo de salientar as 315 notificações para a suspensão imediata de trabalhos, a maioria na construção civil.
 Os dados apontam para uma significativa diminuição da atividade desta Autoridade em relação aos anos anteriores. Para quem acompanha a atividade deste organismo inspetivo das condições de trabalho não ficará admirado na medida em que também diminuiu o número de inspetores ao serviço e o orçamento de 2013 foi drasticamente cortado.
Ora, num quadro de profunda crise laboral e social, esta realidade tem uma leitura política. Este governo em vez de potenciar a entidade inspetiva retirou-lhe claramente força e capacidade de ação! Com que objetivos? Simplesmente permitir a desregulação das condições de trabalho, não «chatear as empresas» para que prossigam com a diminuição dos custos laborais!

domingo, 12 de outubro de 2014

TRATORES AGRÍCOLAS MATAM!

Os números da GNR são expressivos. Em ano e meio, do início de 2013 até 31 de julho deste ano, a GNR registou 256 acidentes com tratores, na via pública e em terrenos agrícolas/privados (acidentes de trabalho), dos quais resultaram 115 mortos e 140 feridos graves, segundo os dados oficiais a que o DN teve acesso. Em 18 distritos, Bragança e Castelo Branco, com três acidentes cada, foram os que tiveram este ano, até 31 de julho, mais casos de sinistros com tratores na via pública, seguidos de Guarda e Leiria (com dois acidentes cada).
Quanto aos acidentes de trabalho em terreno agrícola/privado, Bragança foi o distrito com mais casos (nove), seguido de Viseu (oito) e de Santarém (sete). O capotamento é a principal causa de morte destes condutores. Segundo a GNR, estas situações acontecem sobretudo devido a falhas humanas, associadas muitas vezes à fadiga, ao desconhecimento ou a excesso de confiança. Entre os riscos associados à condução deste tipo de veículos destacam-se a velocidade excessiva (não adequada à carga, ao terreno), o excesso de carga ou mau acondicionamento, a condução em terrenos íngremes e em locais com obstáculos, o mau estado dos travões e deficientes equipamentos acessórios que provocam desequilíbrio no trator.
Como medida de prevenção, a GNR sugere que os tratores tenham um estrutura tipo arco (o arco de Santo António), montada atrás do condutor, sobre o eixo posterior, ou em frente ao condutor, sobre o cárter do motor ou da transmissão. Durante a campanha de sensibilização, a GNR vai dar conselhos com regras de segurança para estes condutores.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÂO: o regresso de velhas práticas!

A Autoridade para as Condições do Trabalho, realizou nos dias 10 e 11 de setembro uma ação inspetiva nacional no setor da construção civil com especial incidência nas questões de segurança, nomeadamente na verificação da situação de regularidade dos andaimes em pequenos estaleiros. Da ação inspetiva, que envolveu 136 inspetores e abrangeu 659 locais de trabalho com 1.182 trabalhadores, resultaram 21 suspensões de trabalho por situações de risco de queda em altura, por irregularidades em plataformas de andaime, por falta de meios de acesso e de guarda-corpos, por falta de exigências mínimas dos andaimes metálicos ou mistos, pelos requisitos de montagem/desmontagem, pela proteção de aberturas e execução de obras em telhados. Foram ainda efetuadas 738 notificações para tomada de medidas em vários domínios, pelo que o seu cumprimento irá ser monitorizado pela ACT. No âmbito desta ação nacional foram abertos 678 Processos Inspetivos que irão exigir o respetivo acompanhamento. Para a Autoridade para as Condições do Trabalho a crise não pode justificar a utilização de estruturas de andaimes que se julgavam desaparecidas para sempre dos locais de trabalho, potenciando-se, deste modo, a ocorrência de acidentes de trabalho. A ação inspetiva nos pequenos estaleiros de construção civil, prevista no Plano de Atividades da ACT, visa a promoção do cumprimento das regras de segurança impedindo o ressurgimento de práticas e equipamentos inseguros após anos de progressos assinaláveis. 

NOTA:Este comunicado da ACT mostra que na construção civil estão de regresso, ou são mantidas, velhas práticas de insegurança no trabalho.Daí que nos últimos tempos se intensifiquem os acidentes graves.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

CONDIÇÕES DE TRABALHO NOS CALL CENTERS

Recentemente o novo Sindicato dos Trabalhadores dos Call Centers reclamou melhores condições de segurança e saúde no trabalho promovendo também uma petição para que a profissão seja reconhecida como de «desgaste rápido».Justo!
Embora no nosso país a investigação neste domínio seja muito reduzida, o mesmo não acontece em países como o Brasil, a França e até mesmo a Espanha! Em geral a maioria dos investigadores concorda em que esta nova profissão se assemelha em termos de condições de organização do trabalho às fábricas da era industrial! Disciplina, ritmos intensos de trabalho, vigilância dos supervisores (capatazes) carga física e mental intensa! Os problemas de saúde abundam apesar da maioria dos trabalhadores serem jovens. Problemas musculo-esqueléticos, em particular as tendinites, problemas de audição e visão e fadiga crónica.
 Estes problemas podem ser agravados pelo stresse laboral a que estão sujeitos estes trabalhadores, bem como por condições ambientais deficientes tais como iluminação, ruído e mobiliário não ergonómico. Assim justifica-se plenamente que as entidades fiscalizadoras das condições de trabalho coloquem os call centers como uma prioridade no que respeita á verificação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores! Justifica-se inclusive a organização de uma campanha informativa e de sensibilização com a participação das organizações dos trabalhadores e as entidades públicas como a ACT, DGS e Segurança Social (departamento de doenças profissionais). Por outro lado, estes trabalhadores terão todo o interesse talvez em lutarem por um estatuto jurídico próprio que regule as respetivas condições de trabalho.

domingo, 5 de outubro de 2014

O DESGASTE PARA CHEGAR AO LOCAL DE TRABALHO!

Todos os dias milhares de trabalhadores são obrigados a percorrer longas distâncias para chegarem aos seus empregos! Nas cidades, em particular nas periferias de Lisboa e do Porto, chegar ao trabalho é, por vezes, um verdadeiro massacre! Autocarros e comboios sobrelotados obrigam a longas viagens de pé e enlatados como as sardinhas! 
De forma paciente e resignada os trabalhadores engolem a comida, colocam os filhos na escola, nos familiares ou nas amas e lutam tenazmente para chegarem a horas ao seu trabalho. As horas de transporte não são contadas como trabalho sob ponto de vista de remuneração mas contam para o desgaste físico e psíquico diário. Não se trabalha apenas 40 ou mais horas por semana de trabalho efetivo, mas trabalha-se perto de cinquenta ou sessenta horas ou mais se contarmos os transportes!
Neste sentido as medidas para se instituírem horários flexíveis e transportes rápidos, baratos e confortáveis são questões fundamentais de qualidade de vida e de trabalho que, em geral, poucas vezes são abordados nas conversas dos políticos. Estes têm em geral profissões liberais, entram tarde no escritório ou no Parlamento e deslocam-se de automóvel! É uma pequena diferença? Não, pelo contrário, faz toda a diferença! Para se ganhar consciência de um problema nada melhor do que viver pessoalmente esse problema! Daí a importância de um sindicalista ter experiencia de trabalho como qualquer outro trabalhador! Não apenas experiencia do passado mas atual! As mudanças no mundo do trabalho são tão grandes nos últimos anos que as pessoas que já não estão diariamente na empresa não se apercebem existencialmente da realidade!
A luta por transportes ao serviço das populações é hoje uma luta pela qualidade de vida e bem- estar dos trabalhadores! Os transportes privados possuem uma racionalidade virada para o lucro dos acionistas! Esta contradição terá que ser resolvida sendo a opção um transporte público de qualidade, amigo do ambiente e desmotivador do transporte privado que enche as grandes vias das periferias das cidades para os centros das mesmas!
A Troika, sob desculpa de pôr ordem nas contas das empresas de transportes, visa o seu desmantelamento como serviço público e entrega aos privados que vão sobrecarregar ainda mais a vida dos trabalhadores! A ligação das organizações de trabalhadores aos grupos de utentes para encontrarem perspetivas conjuntas é fundamental!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

ESCOLAS:criar uma cultura de segurança e saúde no trabalho!

Criar uma cultura de segurança e saúde nas sociedades é dos grandes objetivos das últimas décadas traçado aliás pela OIT e assumido pela União Europeia nos programas e quadros estratégicos plurianuais. Neste sentido se inscreve a preocupação de introduzir a sensibilização para estas matérias nos curricula escolares, em particular nas escolas profissionais que, desde a década de oitenta, alguns organismos públicos, nomeadamente de início a Direção Geral de Higiene e Segurança no Trabalho, mais tarde o IDICT, o ISHST e agora a ACT procuraram efetivar! No longo percurso desta causa podemos lembrar o primeiro encontro nacional sobre esta matéria no LNEC, na década de oitenta, e, mais tarde, o PNESST um programa específico do IDICT para desenvolver a sensibilização da comunidade educativa e gradualmente introduzir matérias de SST nos estudos dos alunos. Nunca se fez um balanço global crítico do PNESST mas temos algumas informações que apontam para uma iniciativa inédita em Portugal que teve um sucesso assinalável e que morreu ingloriamente na praia! Mais tarde esta iniciativa veio a renascer na ACT, através da Campanha «Crescer em Segurança» e que em 2013 e este ano procura sensibilizar professores e alunos para as matérias de SST.O que mais espanta é que iniciativas interessantes morrem sem nunca serem devidamente avaliadas criticamente, renascendo posteriormente como fossem coisas novas, sem aproveitarmos a experiencia adquirida, os investimentos efetuados num esbanjamento inaceitável para um país de poucos recursos! A própria ACT, que vai agora, no próximo dia 2 de outubro relançar esta Campanha com um seminário de abertura no Parque das Nações, deveria refletir e assumir este património, integrando-o historicamente e aproveitando a experiencia acumulada para se realizarem iniciativas com qualidade! Iniciativas que não sejam meros fogachos, mas sim ações inseridas numa perspetiva mais ampla devidamente contemplada e objetivada na nova estratégia nacional de 2015-20120

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

HÍSTÓRIA DE VINDIMAS!

A melhor história de vindima da CASA DO FUNDO DO POVO é ainda do tempo em que o avô Bernardo fazia o vinho do Porto em casa. Depois de um dia de trabalho na adega, da encuba e do atesto dos cascos alguém deixou um pouco do delicioso néctar numa pequena selha.
No fim da azafama merendava-se no grande armazém o delicioso presunto,chouriço,broa e azeitonas com o vinho tinto da vindima anterior. Tudo home made !
 O avô Bernardo ao levantar-se deparou com o Rufete, o galarós lá de casa, rei da capoeira, de crista muito vermelha e grandes esporões como cavaleiro bem armado, caído no chão, crista murcha,roxa,esporões encolhidos, penas coloridas sem brilho. O avô pensou: " O que terá acontecido ao coquericó sempre a arrastar a asa às galinhas? É só abrir um buraco para enterrar o pobre!" mas outros afazeres se mostraram mais urgentes de momento,sendo o Rufete esquecido. A avó Ana já lhe tinha contado os dias,pois até quando ela ia deitar o milho dourado às galinhas, ele lhe andava à volta dos pés, de asa pelo chão,debicando grãos,com coricócó jovial e deixando-os cair de novo para que uma das jovens galinhas do harém o viesse comer.
Por outro lado ela até gostava dele,costumava murmurar: " Este nunca come.É como um cavalheiro!" Munido de pá e enxada para tratar da cova, o avô Bernardo foi surpreendido por um grande coquericócó, lançado do fundo da garganta, trabalhado e arrogante. Surpreendido soltou sonora gargalhada e percebeu o que tinha acontecido: Rufete tinha sido o primeiro a provar o Vinho do Porto daquele ano. Soubera o avô disso, quando o viu tombado, que teria ido directo para o forno. Tão bom como um peru bebado ! Maria da Glória-Laurentim no blogue ARCO IRIS