quarta-feira, 1 de outubro de 2014

HÍSTÓRIA DE VINDIMAS!

A melhor história de vindima da CASA DO FUNDO DO POVO é ainda do tempo em que o avô Bernardo fazia o vinho do Porto em casa. Depois de um dia de trabalho na adega, da encuba e do atesto dos cascos alguém deixou um pouco do delicioso néctar numa pequena selha.
No fim da azafama merendava-se no grande armazém o delicioso presunto,chouriço,broa e azeitonas com o vinho tinto da vindima anterior. Tudo home made !
 O avô Bernardo ao levantar-se deparou com o Rufete, o galarós lá de casa, rei da capoeira, de crista muito vermelha e grandes esporões como cavaleiro bem armado, caído no chão, crista murcha,roxa,esporões encolhidos, penas coloridas sem brilho. O avô pensou: " O que terá acontecido ao coquericó sempre a arrastar a asa às galinhas? É só abrir um buraco para enterrar o pobre!" mas outros afazeres se mostraram mais urgentes de momento,sendo o Rufete esquecido. A avó Ana já lhe tinha contado os dias,pois até quando ela ia deitar o milho dourado às galinhas, ele lhe andava à volta dos pés, de asa pelo chão,debicando grãos,com coricócó jovial e deixando-os cair de novo para que uma das jovens galinhas do harém o viesse comer.
Por outro lado ela até gostava dele,costumava murmurar: " Este nunca come.É como um cavalheiro!" Munido de pá e enxada para tratar da cova, o avô Bernardo foi surpreendido por um grande coquericócó, lançado do fundo da garganta, trabalhado e arrogante. Surpreendido soltou sonora gargalhada e percebeu o que tinha acontecido: Rufete tinha sido o primeiro a provar o Vinho do Porto daquele ano. Soubera o avô disso, quando o viu tombado, que teria ido directo para o forno. Tão bom como um peru bebado ! Maria da Glória-Laurentim no blogue ARCO IRIS

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