Segundo notícia recente o partido «Chega», à semelhança do seu congénere espanhol VOX, também
pretende criar uma «frente sindical».Ambos foram buscar o nome de «Solidariedade» auto arvorando-se o direito de serem iguais no nome e pretensamente semelhantes na ideologia anticomunista ao conhecido sindicato polaco «Solidarnosc» que enfrentou e derrotou a ditadura militar do partdio comunista polaco na década de oitenta do século passado na base de um amplo movimento de massas liderado pelos operários polacos,fazendo assim uma ruptura histórica com o regime
Por outro lado, tal como o VOX entronca numa
ideologia sindical franquista também os ideólogos do Chega irão buscar ideias
ao sindicalismo corporativista de Salazar e do sindicalismo nacional-fascista de Rolão Preto.
Os objectivos do pretenso sindicato ou frente
sindical a criar serão os mesmos a que se propõe a extrema direita europeia ,
alguns dos quais e suscintamente passo a considerar:
1. - Alargar a sua base de apoio social
penetrando alguns sectores de trabalhadores descontentes e empobrecidos e, em
especial ,entrar nas forças de segurança e militarizadas;
2. -Descredibilizar os sindicatos
portugueses existentes e muito em particular a CGTP, acusando-os de submissos e
vendidos ao poder, acomodados e ineficazes;
3. ~-Conquistar a sua parte de ocupação
da rua que eles consideram entregue ás esquerdas.Organizar manifs e comícios«
sindicais« em especial nos dias simbólicos para a democracia como o 25 de
Abril, 1º de Maio e 5 de Outubro; se puderem organizarão provocações para virar
trabalhadores contra trabalhadores ou
contra símbolos e partidos de esquerda.
4. - Dividir os trabalhadores nos
locais de trabalho atacando a organização sindical de classe e, em conluio com
alguns sectores patronais,negociar acordos e contratos favoráveis a estes e
implementando valores racistas, de ódio e de desigualdade de género;acusando os
outros sindicatos de incentivarem a luta de classes, a destruição da economia
nacional e a harmonia das empresas á boa tradição fascista.
Perante estes objectivos que comportará essa «frente fascista» caberá
às organizações de trabalhadores desenvolverem uma resposta global que pode
passar por alguns dos seguintes pontos:
1.Responder com propostas arrojadas de reforço
da unidade e de dinamização sindical nos locais de trabalho,nomeadamente
reforçando os canais de diálogo entre a UGT , CGTP e sindicatos independentes
progressistas;
2.Reforçar a autonomia e independencia
sindical, despartidarizando os sindicatos e a dependência perante o Estado
dando claros sinais aos trabalhadores descontentes com a ação sindical que os
sindicatos são espaços de todos os trabalhadores ,qualquer que seja a sua
orientação política e religiosa;
3.Reforçar o trabalho de base, nos locais de
trabalho, bem como a informação e
formação sindical;melhorar a participação sindical dos imigrantes, jovens e das
mulheres claramente deficitária.
4.Defender um sindicalismo de valores e
reivindicativo que, sendo combativo, não visa destruir as pessoas nem as
empresas, mas defender com audácia e eficácia os interesses e direitos dos
trabalhadores;um sindicalismo de solidariedade entre todos os trabalhadores
reforrmados, desempregados e no activo;precários e permanentes; a defesa dos
sindicalizados como primeira obrigação, mas também os direitos dos não
sndicalizados.
Eis uma primeira reflexão que pretende ser uma
contribuição para que esta questão não seja ignorada com o argumenta de que não
se lhe deve dar importância.Cada assunto merece a importância que lhe queremos
dar.Esta , a meu ver, merece ser debatida e enfrentada.