As associações empresariais portuguesas passam a vida a choramingar e agora também amuam com o governo que querem deitar abaixo. Foi um vício que apanharam com o 25 de Abril.No tempo da Troika viram as suas aspirações contempladas na generalidade e com o primeiro Ministro Passos Coelho inclusive ,viram mais do que
A direita
política com o governo de Passos Coelho meteu nos bolsos dos empresários,
segundo alguns investigadores, mais de 12 mil milhões de euros com o
embaratecimento do trabalho suplementar e das indemnizações por
despedimento.Isto tudo sem falar no aumento do trabalho precário, estagnação e
corte dos salários, nomeadamente do salário mínimo, trabalho clandestino,
milhões de horas extraordinárias não pagas, «assobiar para o ar» da ACT, etc,
etc.
Mesmo nesta altura os patrões portugueses
choraram que se fartaram dizendo que o trabalho continuava caro e pouco
flexível.No entanto, como estavam a ganhar e o govererno lhes dava tudo não
amuaram.
Com a Troika a ir para casa e com o novo
governo de António Costa, apelidado depreciativamente por Paulo Portas e
posteriormente pela comunicação social
de «geringonça» os patrões e a direita política entraram em histeria e
choramingaram outra vez.Disseram de tudo, nomeadamente que iriamos ter um novo
PREC (processo revolucionário em curso).Conseguiram, ainda não sei bem como,que
o novo governo de António Costa não revertesse o essencial da legislação
laboral troiquiana, ou seja, deixasse o essencial dos ganhos nos bolsos dos
patrões.Vieram quatro anos de vacas gordas, com ganhos fabulosos em alguns
sectores, nomeadamente no turismo e agro-indústria, calçado e têxteis.Por acaso
os patrões abriram os bolsos para aumentar significativamente os
trabalhadores?Não!Choraram os magros aumentos ocorridos no salário mínimo,
aumentaram alguns o subsídio de almoço em alguns cêntimos sem olharem ao escândalo
de tal situação.Bem esperaram e exigiram os sindicatos, nomeadamente a CGTP,
aumentos significativos dos salários e pensões.O que foi dado foram trocos!
Veio a pandemia colocar a nossa economia em
apuros e os patrões portugueses, incluindo os que tiveram lucros fabulosos,
preparavam-se para pôr o pessoal na rua , de férias, em lay-off ou deixar de
pagar simplesmente os salários.O governo de António Costa, no seu segundo
mandato,correu a dar apoios ás empresas, por vezes suportados pela segurança
social, e a suster a possível onda de desemprego.Mesmo assim os patrões
choraram outra vez, clamando que os apoios eram poucos,que também queriam
dinheiro por estarem parados;clamaram que não era altura para aumentar o
salário mínimo e alguns até nem queriam pagar o subsídio de almoço aos
trabalhadores em teletrabalho.
Sempre que na Assembleia da República eram
propostos diplomas para reverter a legislação laboral da Troika era um clamor
geral de que o PS estava a ir para os braços do PCP e do BE, que Bruxelas nunca
poderia apoiar tal coisa.
Agora, e por causa dessa mesma legislação
laboral que os tem beneficiado ,prejudicando os trabalhadores, agora, porque
mais uma vez se quer promover o trabalho digno em Portugal, os patrões choram e
amuaram.António Costa correu a pedir desculpa e vai recuar.Desculpa deveria ter
sido pedida aos trabalhadores por anos de cortes, desemprego e estagnação
salarial mesmo nos tempos bons e as desculpas não paguem dívidas
O governo poderá cair precisamente pelo elo
mais fraco, ou pecado original da «gerinçonça»-a legislação laboral.O choro,
embora de crocodilo, e amuo dos patrões são a nossa desgraça!Ao choro dos
patrões portugueses devem responder os trabalhadores portugueses com a unidade
na ação, abertura e diálogo sindical.Senti essa vontade de unidade na pluralidade nos sindicalistas socialistas da CGTP que ontem tiveram o seu XVIIº Congresso.Nós somos a maioria, caramba!Podemos parar
o País se necessário!