sexta-feira, 1 de outubro de 2021

O TRABALHO DESGASTA NOVOS E VELHOS.O MAL ESTAR AGRAVA_SE!

 

O trabalho desgasta-nos em demasia?Claro que sim e nunca se falou tanto em mal estar no trabalho e ao mesmo tempo tanatas panaceias se escrevem para resolvermos individualmente este problema quando o mesmo é um problema estrutural ao capitalismo actual.


O problema não estará tanto naquilo que se pode considerar ao longo dos anos o «normal» desgaste do nosso corpo no trabalho.O problema principal nos dias de hoje está no desgaste «anormal» do nosso corpo em especial o desgaste mental que largas camadas de trabalhadores sentem, muitos deles ainda muito jovens.

Todos os estudos apontam para um conjunto de factores de risco ligados ás condições de trabalho e de vida modernos onde pontificam as novas tecnologias de comunicação e a microelectrónia, as longas horas de trabalho, a pressão e o stresse crónico provocados pelos mecanismos de exploração do trabalho, nomeadamente as exigências da competitividade, objectivos de trabalho irrealistas, longas horas de trabalho, gestão paranóica e desumana

.Todo este cenário descrito sumáriamente está a fazer um mundo do trabalho doentio onde são frequentes as depressões e ansiedade, as doenças cardiovasculares, bem como a violência física e o assédio  moral.O recente relatório da OMS e da OIT sobre esta matéria confirmam esta situação que a pandemia viria a acentuar.

Embora alguns inquéritos,nomeadamente no âmbito da Agência Europeia para a Segurança eSaúde no Trabalho, revelem que a maioria dos empresários se mostra preocupada com esta situação que afecta a produtividade,nada indicia que a curto prazo se tomem medidas concretas por parte dos governos e da Comissão Europeia.A maioria das propostas vão no sentido do voluntarismo da autoregulação, da sensibilização e informação.Nesta linha é paradigmática a recente Estratégia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho 2021-27 da Comissão europeia.A segurança e sáude no trabalho ainda não é considerada um direito fundamental como pretendem os sindicatos.

Sem negar a importância do trabalho de sensibilização e informação nesta matéria, aliás bem reafirmada pelas mais recentes convenções da OIT, é absolutamente necessário fazer mais e melhor no domínio da legislação comunitária e nacional para proteger os trabalhadores dos riscos profissionais. A saúde mental das populações,preocupação muito na moda dos governos e instituições comunitárias exige na prática que se tomem medidas adequadas para os locais de trabalho, nas empresas e nos serviços.O próprio Movimento Sindical tem que ser mais acutilante e aguerrido nesta matéria.Nos pacotes de legislação laboral que estão na gaveta para serem aprovados também deveriam estar projectos para a prevenção dos riscos psicossociais no trabalho.

 

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