Este é um blog para comunicar com todos os que se preocupam com a promoção da segurança e saúde no trabalho, sindicalismo e relações de trabalho em Portugal , na Europa e no Mundo.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
CALL CENTERS-O DESTINO DA MAIORIA JOVEM?
AS CARGAS NO TRABALHO AINDA MATAM!
Em Portugal, as doenças músculo - esqueléticas no seu conjunto representam 68,32% do total das doenças provocadas por agentes físicos. Embora sejam provocadas por diversos factores de risco não restam dúvidas de que a movimentação de cargas é umas das principais causas.
Constata-se também que a distribuição das doenças profissionais certificadas com incapacidade, por sector de actividade económica, evidencia que 73,72% dos casos ocorrem nas indústrias transformadoras seguidas do sector da construção (6,68%) e do comércio (5,36%).
Relativamente aos acidentes de trabalho segundo a actividade física , e tendo em conta os dados de 2005, constata-se igualmente que ocorreram 46.140 casos sendo 16 deles mortais devido ao transporte manual.
Embora em diminuição a taxa de trabalhadores que na UE-25 afirma transportar ou deslocar cargas é ainda muito elevada atingindo os 34,5%.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
TRABALHADORES IMIGRANTES...A MORTE SAIU A RUA!
Segundo números da ACT (acidentes objecto de inquérito) entre os anos 2004-2008 morreram 61 trabalhadores imigrantes, dos quais 41 no sector da construção. Neste mesmo período os grupos de imigrantes mais afectados por acidentes de trabalho foram os ucranianos com 14 óbitos, os brasileiros com 12, os angolanos e chilenos com 5 cada e os romenos com 4.O número de óbitos será certamente maior.Esta realidade é quase desconhecida e não cria qualquer desconforto?
As referidas brochuras, num total de 60.000 exemplares, estão a ser distribuídas por empresas, parceiros sociais e associações de imigrantes.
Se ainda não conhece estas brochuras solicite-as na sua empresa , sindicato ou serviço da ACT.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
UM BLOG A CONSULTAR!
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
DESPEDIDOS E EXPULSOS DA EMPRESA!
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
HOTELARIA: TRABALHO ILEGAL CRESCE!
domingo, 17 de agosto de 2008
A REFORMA DO VELHO OPERÁRIO AGRÍCOLA!
Para ele a pequena reforma é uma dádiva do céu.Durante a sua vida de trabalho nunca lhe passou pela cabeça que iria ter todos os meses aquele dinheirito.Graças principalemnte ao 25 de Abril.
Quando trabalhador activo Adérito acarretou milhares de toneladas de uvas ás costas por caminhos sinuosos e intermináveis até aos lagares dos lavradores durienses.Não havia sindicatos nem empreiteiros e o patrão pagava o que os grandes patrões tinham combinado.A alternativa seria a fome para ele e para a família.Enquanto jovem não era pêra doce, não senhor.Um copito a mais e a navalha saltava-lhe para as mãos.Adérito ainda hoje gosta de contar as suas aventuras de homem irrequieto e sem medo.Embora de pequena estatura todos o temiam.Mas, se não fosse a reformita e se não tivesse entrado para a seita dos testemunhas já hoje não seria vivo.O álcool e o tabaco ter-lhe-iam tirado a vida bem cedo!
Hoje olha com admiração para os novos trabalhadores que, ora trabalham na França e na Suiça, ora voltam ao Douro para fazer uns trabalhitos e mostrar os seus automóveis!Organizados pelos empreiteiros rurais impõem salários melhores e não precisam de mendigar trabalho.Até imigrantes ucranianos se estabeleceram por ali onde falta gente para trabalhar nas vinhas que produzem o vinho do porto.Uma das poucas vantagens da União Europeia está claro!Mesmo a ganhar menos que os suiços e franceses!
Deixei o velho Adérito sentado e ainda a sorrir, pensando na sua pequena reforma que todos os meses pontualmente a segurança social lhe envia!Penso para os meus botões que ali está uma reforma bem entregue e lembro com orgulho quão importante é a segurança social para os trabalhadores!
De longe ainda lhe pergunto:então amanhã vai á festa?Responde-me a sorrir:para quê?Não posso fumar nem beber um copito!
RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS.UMA IDEIA COM FUTURO?
As reflexões que aqui junto estiveram em cima da mesa numa recente conversa com um jovem amigo que estuda gestão numa universidade do norte do país.
Tal como na moda também no mundo da economia e das relações de trabalho aparecem de vez em quando algumas novidades pelas quais alguns se tornam infatigáveis paladinos, pensando que descobriram finalmente a solução para o conflito entre o capital e trabalho, esquecendo que o mesmo não tem só aspectos negativos.
Esta questão vem a propósito da nova moda da “responsabilidade social das empresas” que a maioria dos empregadores europeus agarram com todas as mãos e que os sindicatos olham com algum cepticismo. A questão ganhou maior actualidade a partir do momento em que a Comissão Europeia entrou no debate com o Livro Verde e posteriormente com uma comunicação sobre o assunto definindo claramente o tema e incentivando as empresas europeias a enveredarem por esta estratégia
Entretanto, em Lisboa, no ano 2000, os Chefes de Estado e de Governo reunidos no Conselho europeu fazem um apelo “ao sentido das responsabilidades sociais das empresas no que respeita a melhores práticas na área da educação e formação ao longo da vida, de organização do trabalho, igualdade de oportunidades, integração social e desenvolvimento durável”.
Em Julho de 2001 a Comissão publica o Livro Verde acima referido visando “ promover um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas, seguindo-se, um ano mais tarde, uma comunicação sobre “a RSE: uma contribuição das empresas para o desenvolvimento durável”, documento que desencadeou a criação, em Outubro de 2002, de um Forum congregando as partes interessadas (empresas, sindicatos, ONG,s )
Todavia, a realidade mostra que num quadro de alta competitividade interna e externa ainda são poucas as empresas que na prática desenvolvem uma estratégia de responsabilidade social e ambiental, isto é uma prática de gestão conforme às normas legais sobre o ambiente e do trabalho nomeadamente as directivas CE e convenções da OIT.
Ao ser eventualmente desenvolvida apenas pelo empregador é natural que tenha as reticencias ou não adesão das organizações de trabalhadores. Para ter êxito a proposta deve ser debatida e assumida pelos próprios trabalhadores e suas organizações, sendo os primeiros beneficiados com a mesma.
Particularizando, a criação, por exemplo, dos serviços de prevenção dos riscos profissionais nas empresas e a eleição dos representantes dos trabalhadores para a segurança, higiene e saúde no trabalho, aliás previstos e regulamentados recentemente pelo Código do Trabalho Português, serão essenciais para uma empresa que pretenda ser considerada socialmente responsável.
Mas também a preocupação ambiental é uma pedra chave dessa responsabilização. As empresas. estão inseridas em comunidades rurais ou urbanas e também são corresponsáveis do destino ecológico dessas comunidades.