quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

OS QUE MAIS ACIDENTES DE TRABALHO SOFREM!


Segundo dados mais recentes do Gabinete de Estratégia e Planeamento (MTSS) os “operários, artífices e trabalhadores similares” apresentam a maior percentagem de acidentes de trabalho quer para o total (39,5%) quer para os mortais (41,4%).
Esta categoria de trabalhadores mais os “operadores de instalações de máquinas e trabalhadores da montagem” e os “Trabalhadores não qualificados” concentram 70,7% dos acidentes totais e 74,9% dos acidentes mortais!
Estes trabalhadores são em geral os que também mais doenças profissionais sofrem!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA!


A solução para acabar com a pobreza em Portugal deve assentar na economia, diz o especialista Bruto da Costa. O que dizem, então, os economistas? Uns que é preciso flexibilizar o trabalho, outros que é preciso distribuir bem a riqueza. Em que é que ficamos?"

O problema principal de Portugal prende-se com a distribuição da riqueza", começa o economista Luís Bento, professor na Universidade Autónoma de Lisboa e membro do Grupo de Paris de Ética e Responsabilidade Social. Pormenorizando, este economista explica que "em Portugal remunera-se muito melhor o factor capital do que o factor trabalho". Ou seja, enquanto que nos países escandinavos 30% da riqueza gerada pelas empresas é para remunerar o capital (accionistas), 30% o trabalho (trabalhadores) e 40% para reinvestir, num balanço visivelmente equilibrado, aqui a remuneração do capital é muito mais elevada do que a remuneração do trabalho. Curiosamente, afirma Luís Bento, "Portugal tem uma riqueza global muito perto da gerada na Finlândia, o problema é que não sabe distribuir a sua riqueza".

Para o economista e professor da Universidade Católica João César da Neves, nos antípodas desta perspectiva, o problema da pobreza em Portugal prende-se com "a constante asfixia das empresas portuguesas". "As empresas são asfixiadas com impostos e, sendo assim, optam pela precariedade, pelos salários baixos, até porque muitos empresários também são pobres. Por outro lado, as leis que são criadas para proteger os trabalhadores também ajudam a bloquear a economia. A economia faz-se através da flexibilização laboral", resume.

Luís Bento desmonta esta visão. "É verdade que a maior parte (86%) do nosso tecido empresarial são pequenas empresas, mas esses 86% só geram 30% da riqueza. Os outros 70% são gerados pelas grandes empresas - telecomunicações, energia e sector financeiro - que têm muito lucro e poderiam pagar bem aos trabalhadores, bem como aliviar a pressãosobre a economia, se não estivessem obcecados em remunerar tão bem os seus accionistas", explica.Basicamente, se as grandes empresas pagassem melhor aos seus trabalhadores, estariam a aumentar-lhe o poder de compra e, obviamente, a aumentar a procura interna e a dar vida às pequenas empresas que são as que empregam 91% dos trabalhadores." (notícia do dia)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

QUEBRAR O SILENCIO!

O suicídio de trabalhadores da France Telecom desencadeou um debate significativo em França, particularmente nas comunidades de especialistas ligados ás ciências do trabalho, da sociologia e psicologia e em algumas organizações de trabalhadores e até no próprio Governo.
Um investigador pouco conhecido , Christophe Desjours, começou a ser falado e lido .Este veio agora nos finais de Janeiro a Portugal onde deu uma entrevista interessantíssima ao jornal Público sobre a temática do suicídio e trabalho, aliás, o título do seu mais recente livro .

Uma das coisas mais impressionantes deste novo século é o silencio dos trabalhadores e suas organizações sobre a temática do sofrimento no trabalho. O sofrimento não apenas relacionado com os acidentes de trabalho e doenças derivadas de exposições a agentes perniciosos para a saúde, mas o sofrimento psíquico derivado da carga mental, da adaptação às novas tecnologias, ao assédio moral e às bárbaras formas de organização do trabalho iniciadas na década de oitenta.
Claro que existem razões da parte dos trabalhadores para aguentar, nomeadamente razões de sobrevivência. Mas nem todos aguentam e os que aguentam com que custos humanos e sociais?
Existem estratégias individuais várias para aguentar e até prolifera agora um negócio de promoção de terapias contra o stress, de manter a forma, de gerir a competitividade individual, enfim, um conjunto de «soluções» que encobrem a verdadeira natureza do sistema actual de relações laborais que promove o «homem como lobo do homem» para que alguns arrecadem lucros indecentes!

Ora, é necessário quebrar este silencio que paira sobre o sofrimento no trabalho e no isolamento trágico que muitos trabalhadores levam ás costas! Falar no problema e colocar o mesmo na ordem do dia das preocupações sindicais e laborais é um passo importante para a prevenção. Falar neste assunto nos locais de trabalho. Não aceitar a ideia de que trabalhar, mesmo o trabalho assalariado, é sempre uma tortura .Não legitimar pelo silencio a aceitação da crueldade do esvaziamento da humanidade do trabalhador.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

OS ESTRAGOS DO TRABALHO!

Segundo dados recentes do Gabinete de Estratégia e Planeamento(MTSS) os acidentes de trabalho continuam a matar em Portugal de forma absolutamente inaceitáveil!

Os números apurados e aqui sintetizados dão uma ideia da dimensão do problema nos últimos anos. Nestes números não estão incluídos a maioria dos funcionários públicos nem os acidentes de trajecto que são muitos e graves!

Periodo-2000 a 2007

Total de acidentes mortais: 2.537
Total de acidentes não mortais: cerca de 2 milhões(acidentes com alguma gravidade)
Total de dias perdidos: 52 milhões

Estes números significam , para alem de um grande sofrimento físico e psíquico dos trabalhadores e seus familiares, uma perda económica calculável em 3 a 4% do PIB.
Daqui se conclui da importância do investimento na prevenção dos riscos profissionais e da promoção da saúde no trabalho!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

REVELAÇÕES CURIOSAS: Inquérito europeu às empresas!


Eurofound -Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho efectuou em 2009 um inquérito ás empresas europeias.A flexibilidade do tempo de trabalho é a forma de flexibilidade mais generalizada nas empresas europeias!Segundo o Inquérito o diálogo solcial até nem vai mal de todo!Será que nas respostas ao inquérito vem ao de cima a "bondade" nas relações de trabalho?

Dois terços ,67% das empresas da UE, oferecem emprego a tempo parcial.Veja outros dados interessantes sobre as empresas , a participação dos trabalhadores ,as remunerações e outros temas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

MULHERES SÃO PENALIZADAS!


Os casos de discriminação no emprego continuam a crescer em Portugal. É pelo menos isso que demonstram os últimos dados da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), sobretudo contra as mulheres: as inspecções e queixas por discriminação laboral feminina duplicaram em 2009, em relação ao ano anterior.

A maioria das situações estão relacionadas com penalizações das mulheres em licença de maternidade ou no período de amamentação. Mas também com a discriminação salarial relativamente a pessoas na mesma categoria profissional e com oportunidades de ascensão na carreira, explicou ao DN o inspectorgeral do Trabalho, Paulo Morgado de Carvalho. Situações que devem agravar-se com a crise económica.

Só em 2009, a ACT realizou 4859 inspecções por suspeitas de discriminação em várias instituições e empresas, contra as 4804 desenvolvidas no ano anterior. Destas, 280 tiveram como alvo situações de tratamento diferenciado por género, mais do dobro do que no ano anterior (139).Estas inspecções tiveram por base denúncias de sindicatos e da Comissão para a Igualdade no Trabalho (CITE), ou eram já do conhecimento da ACT devido a averiguações anteriores, já que há entidades que praticam habitualmente situações de discriminação.

Com base em queixas apresentadas pelas eventuais vítimas ou pelos seus sindicatos, a ACT fez 810 acções inspectivas. Destas, 65 resultaram de queixas por discriminação de mulheres no trabalho. Em 2008, tinham sido apenas 25 inspecções (ver infografia). Das inspecções desenvolvidas pela ACT no último ano resultaram 109 autos de notícia. As multas aplicadas às entidades em que ficou provada a prática de actos discriminatórios oscilaram entre 213 882 euros e os 613 455 euros. Valores que têm vindo a crescer nos últimos anos.

Em 2007, as multas oscilavam entre os 138 mil euros e os 234 mil.Para o inspector-geral, Paulo Morgado de Carvalho, o aumento do número de inspecções e queixas pode não corresponder na totalidade a um crescimento de casos de discriminação no trabalho. "Houve um reforço das atenções para o problema, por parte das entidades competentes e uma maior informação das pessoas sobre os seus direitos", disse ao DN. E isso conduz a mais denúncias e queixas. Mas o responsável não exclui a possibilidade de a discriminação laborai também ter aumentado. O que garante é que na ACT tem estado a ser dada maior relevância ao combate a estas situações. As desigualdades de tratamento por raça, nacionalidade e sexo são as mais comuns no mundo laborai, diz o responsável.

Mas também há entidades que violam o dever de publicar anúncios de emprego, que praticam salários diferentes para pessoas com a mesma categoria profissional e formação, ou que promovem uns funcionários na carreira deixando outros para trás.Já as queixas das mulheres dizem sobretudo respeito a desigualdades na ascensão da carreira, ou a penalizações no emprego por estarem de licença de maternidade ou por gravidez. Muito raras são as queixas por assédio sexual ou moral.(notícia do dia)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

FUNÇÃO PÚBLICA :O GRANDE DESAFIO!

A situação dos trabalhadores da Função Pública está complicada!Em tempos de crise são os primeiros a pagarem as favas!Durante anos os funcionários públicos aparecem como trabalhadores especiais. Vínculo seguro, sem grande pressão no trabalho (até dava para alguns tirarem um curso) e salários não muito altos, mas sempre pagos a horas!Qual a família que não gostava de um emprego público para um familiar, principalmente nas finanças?

Os tempos mudaram, entretanto, os serviços não respondem às exigências sociais, a partidarização mexeu com a estrutura dirigente,as mudanças tecnológicas introduzidas nem sempre respondiam a necessidades, mas a interesses pessoais, a formação nem sempre era adequada e contrata-se à hora, a termo, ou a prestação de serviços!Os serviços baixaram de qualidade e alguns são privatizados, os cidadãos queixam-se de que são mal servidos e começa a culpabilização dos funcionários públicos!
As reformas apregoadas por todos aparecem como as grandes soluções.Passado algum tempo as reformas introduzidas apenas tornam os serviços menos capazes de servir o cidadão e o que reina é a desorganização e a desmotivação!
Critérios economicistas fundamentam a nova estrutura de carreiras e de promoções!Os funcionários sentem-se isolados, inteiramente nas maõs dos chefes e, os mais novos ,longe de qualquer compensação e no início de uma longa carreira.A desmotivação dos mais velhos é notória , basta ver o número dos que querem ir para a aposentação!

Os outros trabalhadores continuam a pensar que os funcionários públicos são privilegiados!No próprio movimento sindical e na oposição de esquerda não se leva a sério a situação!Há uma grande infelicidade e desmotivação profissional na Função Pública! Acordem!Os dirigentes sindicais (UGT e CGTP) preparem um novo caminho de unidade, convergência, o que lhe queiram chamar, mas passem para uma nova etapa para que a mobilização dos trabalhadores possa dar um salto qualitativo! Não nos podemos contentar com 40 ou 50 mil trabalhadores na rua!Há um grande trabalho pela frente para se dignificar o trabalhador e o serviço público!A responsabilidade é de todos !Os dirigentes sindicais devem assumir a sua autonomia estratégica para que o movimento sindical seja um actor de corpo inteiro na cena política!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

SUICÍDIO NO TRABALHO-Que fazer?

No sábado passado o jornal Público publicou uma longa entrevista de Christophe Desjours, investigador francês, sobre o suicídio no trabalho, tema do seu mais recente livro que, julgo, ainda não está traduzido em português.Apresenta-se aqui a resenha sobre este novo livro apresentada na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional .
É uma reflexão que vem na linha de outra obra do mesmo autor sobre o sofrimento em França que liga o mal estar generalizado no mundo do trabalho às recentes modalidades de organização do trabalho com início nas décadas de oitenta e no quadro neo-liberal.Ver

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

INIMIGO DA DITADURA!

No passado Domingo , dia 31 de Janeiro, morreu Manuel Serra um dos portugueses que mais vezes procurou derrubar a ditadura fascista!Oriundo das escolas da JOC e militante socialista, Manuel Serra foi um incansável lutador pela liberdade.
Serra era uma personagem fascinante e que marcou gerações de resistentes ,em particular de jovens trabalhadores católicos, que pouco a pouco se foram radicalizando na luta pelo derrube do regime.Em seu nome, como de outros tantos, vamos continuar a luta pela emancipação e liberdade!Esta não é uma conquista adquirida para sempre!