A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) realiza o 13º
Congresso nos dias 29 de Setembro a 2 de outubro na cidade de Paris com a
participação de 600 delegados de mais de 90 organizações sindicais de toda a
Europa. No programa do congresso estão previstas intervenções do Diretor Geral
da OIT Guy Ryder, dos Presidentes do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia,
de comissários europeus e do Presidente Francois Hollande.
O desemprego dos jovens, a economia sustentável, o
dumping social e o papel da CES no futuro são alguns dos temas do Congresso de
uma das maiores organizações sociais do mundo.
Esta grande reunião dos sindicatos europeus aprovará
também um plano de ação para os próximos quatro anos elegendo novos órgãos
confederais, inclusive um novo secretário- geral. Um secretário -geral capaz de
dar uma nova dinâmica à CES que enfrenta importantes desafios para os próximos
anos no quadro da União Europeia e da Europa em geral.
Temos que ser honestos na avaliação crítica da situação
atual da CES. Aqui há uns anos a CES ainda estrebuchava, ou seja, ainda fazia
umas manifestações europeias, em geral no centro da Europa, e que ficavam bem
caras aos sindicatos de Portugal, da Grécia Espanha, etc. Hoje, já poucas
manifestações se fazem porque o dinheiro é pouco e a crença também! Se olharmos
para os últimos anos a única ação com algum impacto foi, sem dúvida, as greves convergentes de várias organizações sindicais europeias em novembro de 2012 onde a CGTP e as
centrais sindicais de Espanha tiveram um importante papel, apesar das reservas
da UGT portuguesa e de outras centrais, nomeadamente do Leste. Foi uma espécie de
primeira greve europeia o que lhe deu uma importante carga simbólica e impacto
mediático!
Não me lembro de qualquer outra ação coordenada pela CES
ou por qualquer federação europeia que tenha colocado em questão as políticas
de austeridade impostas pela Troika a vários países com destaque para a Grécia,
Portugal e Irlanda, mas também Espanha. Nunca os trabalhadores sofreram tantos
ataques aos seus direitos como nos últimos anos! Os ritmos de trabalho
aumentaram, bem como o stresse e o assédio. Os salários estagnaram ou foram
inclusive cortados! Mas a CES continua a comportar-se globalmente como ainda se
estivesse a viver a gloriosa época de Delors! Os dirigentes sindicais das
organizações da CES, em particular os do Norte e Leste da Europa continuam no
«paleio do costume» com grandes resoluções, reuniões com os grandes da Europa,
relatórios intermináveis, enquanto a pobreza e desemprego, dumping social e arrogância
patronal aumentam! Admiram-se que a queda da sindicalização seja contínua? Perguntem
porquê!
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