segunda-feira, 10 de agosto de 2015

SINDICATOS EUROPEUS EM CONGRESSO-O que vai mudar?

A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) realiza o 13º Congresso nos dias 29 de Setembro a 2 de outubro na cidade de Paris com a participação de 600 delegados de mais de 90 organizações sindicais de toda a Europa. No programa do congresso estão previstas intervenções do Diretor Geral da OIT Guy Ryder, dos Presidentes do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, de comissários europeus e do Presidente Francois Hollande.
O desemprego dos jovens, a economia sustentável, o dumping social e o papel da CES no futuro são alguns dos temas do Congresso de uma das maiores organizações sociais do mundo.
Esta grande reunião dos sindicatos europeus aprovará também um plano de ação para os próximos quatro anos elegendo novos órgãos confederais, inclusive um novo secretário- geral. Um secretário -geral capaz de dar uma nova dinâmica à CES que enfrenta importantes desafios para os próximos anos no quadro da União Europeia e da Europa em geral.
Temos que ser honestos na avaliação crítica da situação atual da CES. Aqui há uns anos a CES ainda estrebuchava, ou seja, ainda fazia umas manifestações europeias, em geral no centro da Europa, e que ficavam bem caras aos sindicatos de Portugal, da Grécia Espanha, etc. Hoje, já poucas manifestações se fazem porque o dinheiro é pouco e a crença também! Se olharmos para os últimos anos a única ação com algum impacto foi, sem dúvida, as greves convergentes de várias organizações sindicais europeias em novembro de 2012 onde a CGTP e as centrais sindicais de Espanha tiveram um importante papel, apesar das reservas da UGT portuguesa e de outras centrais, nomeadamente do Leste. Foi uma espécie de primeira greve europeia o que lhe deu uma importante carga simbólica e impacto mediático!

Não me lembro de qualquer outra ação coordenada pela CES ou por qualquer federação europeia que tenha colocado em questão as políticas de austeridade impostas pela Troika a vários países com destaque para a Grécia, Portugal e Irlanda, mas também Espanha. Nunca os trabalhadores sofreram tantos ataques aos seus direitos como nos últimos anos! Os ritmos de trabalho aumentaram, bem como o stresse e o assédio. Os salários estagnaram ou foram inclusive cortados! Mas a CES continua a comportar-se globalmente como ainda se estivesse a viver a gloriosa época de Delors! Os dirigentes sindicais das organizações da CES, em particular os do Norte e Leste da Europa continuam no «paleio do costume» com grandes resoluções, reuniões com os grandes da Europa, relatórios intermináveis, enquanto a pobreza e desemprego, dumping social e arrogância patronal aumentam! Admiram-se que a queda da sindicalização seja contínua? Perguntem porquê!

Sem comentários: