quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

AMIANTO: menos alarmismo e mais proteção e prevenção!


Nos últimos tempos temos ouvido falar muito dos riscos do amianto, em
particular nos protestos de alunos e professores de escolas com edifícios que contêm materiais com aquela substância fibrosa também designada por asbestos e que está proibida na UE desde 2005.
Vários estudos revelaram que  uma importante percentagem de cancro laboral na Europa teve origem na inalação de poeiras do amianto, material muito utilizado em edifícios privados e públicos, equipamentos de proteção contra o fogo, transportes, revestimentos diversos.É importante enfrentar a situação sem alarmismos e com medidas adequadas de prevenção e proteção.
O principal perigo do amianto acontece quando as  suas fibras se libertam dando lugar à inalação pelos trabalhadores ou utentes.Se as fibras estiverem fracamente ligadas no produto ou material o risco é muito maior.Se as fibras estiverem fortemente ligadas num material que não se desfaça com facilidade a probabilidade das mesmas se libertarem será muito menor.
A IARC (International Agency for Reseearch on Cancer) classificou todas as variedades de amianto como agentes cancerígenos para o ser humano sendo que os tipos de cancro mais comuns nas pessoas expostas sejam o mesotelioma (cancro da pleura) e o cancro do pulmão.A asbestose é igualmente uma doença provocada pela inalação de poeiras do amianto.
As actividadedes ou situações susceptíveis de exposição a poeiras e fibras do amianto ou de materiais que o contenham obriga a que seja avaliado o risco para a segurança e saúde, determinando a natureza, o grau e o tempo de exposição tal como  refere o artigo 6º do Decreto ei nº266/2007 de 24 de julho.
Nesta avaliação deve ser determinada a concentração das fibras de amianto no ar nos locais de trabalho, de estudo ou em locais abertos ao público.Existem valores limite legais que não se podem ultrapassar.
Há quem se questione se a presença do amianto implica sempre a remoção do mesmo.Não necessáriamente.Na tomada de decisão deve ser tida em conta a avaliação de riscos que deve incluir uma avaliçaõ do estado de degradação do material,a acessibilidade, probabilidade de contacto, o numero de trabalhadores ou outras pessoas expostas, tempo de exposição e concentração de fibras no ar.
Existem assim algumas opções nomeadamente a de deixar o material no local ,devidamente protegido e vigiado, definindo procedimentos para a sua manutenção e reparação;encapsular/selar ou confinar o material e remover quando os riscos se mantenham.
Existindo o risco de exposição às poeiras de amianto terão que ser tomadas algumas medidas de prevenção e proteção com destaque para uma informação fundamentada sobre os riscos,vigilância da saúde ,com exames médicos frequentes, redução do número de pessoas expostas, processos de trabalho que evitem as poeiras do amianto e remover o mesmo sempre seguindo as normas técnicas e com equipamento de proteção individual próprio para o efeito.
Para se remover o amianto é necessário requerer à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) a autorização para efectuar esse trabalho.Esta entidade inspectiva também verifica se as empresas que removam ou transportem os matetriais com amianto são técnicamente competentes para o realizar.
A identificação do amianto não é uma tarefa fácil.Em geral os telhados de fibrocimento têm amianto.Todavia, este mineral pode existir em revestimentos, em canalizações, em tectos ou divisórias, em portas,etc.No caso de dúvida contacte um engenheiro ou envie um pedaço, devidamente molhado e acondicionado, para um laboratório de análise de produtos químicos.
As pessoas que eventualmente estiveram expostas a materiais contendo amianto devem fazer exames para verificar a sua situação de saúde.É muito importante alertar o sindicato do sector, bem como a Direção Geral de Saúde ou a Autoridade para as Condições do Trabalho.





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