No próximo mês de fevereiro vamos ter o XIII Congresso da CGTP, a histórica central sindical
portuguesa! Será que vai ser
avaliado o mandato desta direção coordenada pelo Arménio Carlos, o secretário-
geral que assumiu a liderança da Intersindical, após décadas de Carvalho da
Silva?
O debate interno já começou na Central
sindical e tudo indica que vamos ter um congresso relativamente pacífico, mas
realizado num dos períodos mais complexos e difíceis da História dos
trabalhadores portugueses e europeus!
Temos uma Europa em estagnação económica,
com o diálogo social em estilhaços e com uma forte desvalorização salarial,
perda de direitos sociais e ataques aos serviços públicos. Tudo num quadro de
forte ataque ideológico da direita europeia e de uma social -democracia sem
rumo!
O processo grego adensou ainda mais o
sentimento de impotência das forças de esquerda e do movimento social face às
políticas de austeridade! A esquerda tem dificuldade em fazer passar as suas
mensagens e em certos países dissolve-se ou pulveriza-se numa constelação de
«egos», cada um afirmando que são o caminho verdadeiro ou a solução necessária!
Neste contexto vemos uma UGT cada vez mais
calada e remetida à sua insolvência, particularmente agravada em tempos em que
nada se negoceia nos corredores da concertação! Vemos uma CGTP em manifestação
constante, mobilizando os ativistas sindicais e procurando um discurso para uma
larga massa de trabalhadores passivos com medo do desemprego e corroídos pela
precariedade. Precariedade que alastra colocando em xeque o modelo tradicional
de relações laborais europeu que aceitava e legitimava um certo poder dos
trabalhadores num esquema de cogestão, com alguma distribuição da riqueza por
quem trabalha, nomeadamente férias pagas e contratação coletiva, subsídio de
Natal e algum poder de informação e participação nas empresas.
Este modelo está sob forte ataque em nome
da competitividade e da globalização! Globalização que tem beneficiado em
particular o capital e a sua circulação estonteante colocando como serviçais os
próprios estados e povos através da desregulação das relações do trabalho e da
gestão da dívida permanente e infinita! O pouco poder dos trabalhadores
europeus está a ser esvaziado! O Movimento sindical europeu parece um náufrago à procura de uma tábua de salvação!
Perante esta situação não basta gritar por
mais Europa ou por um Portugal soberano fora do euro! Há que ver a realidade com
realismo e procurar inverter a situação. Voltarei ao tema certamente….
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