quinta-feira, 10 de agosto de 2017

ESGOTAMENTO PROFISSIONAL-uma maldição do sistema?

Cada vez há mais gente a dizer que a sua vida é um inferno!Frequentemente o trabalho profissional está no centro desse «inferno»!Muitas dessas pessoas estão com o síndroma de «bernout»ou de esgotamento profissional.
Algumas profissões são particularmente propícias à existência de bournout ,tais como as forças de segurança,pessoal da saúde, educação e alguns quadros.No entanto surgem novas profissões onde o bernout se instalou dadas as caraterísticas organizacionais do trabalho como é o caso dos call centers.
Quais os principais sinais deste processo que pode levar à depressão, ao «fundo do poço»?A literatura sobre este tema aponta alguns como a falta de energia para cumprir as  suas tarefas, problemas de concentração e de disponibilidade mental no trabalho,facilidade em ficar irritado,desvalorização das suas próprias competências e de não investimento profissional.

Convém , no entanto tomar nota que segundo os estudiosos o «bernout» não é uma nova categoria de doença psiquiátrica mas antes uma espiral perigosa susceptível de conduzir à doença-depressão.É mais definido como um sindroma-síndroma de esgotamento profissional que reagrupa um conjunto de sinais clínicos.
Não se deve, porém confundir o «bernout» com a dependência do trabalho o chamado«workholismo» que leva  a trabalhar de forma compulsiva sem qualquer distanciamento do trabalho.Estas pessoas podem, no entanto,acabar com um esgotamento.
Existem factores de risco que podem proporcionar ou conduzir ao esgotamento.Podemos considerar aqui alguns com destaque para a sobregarga de trabalho, pressão temporal e fraco controlo sobre o seu trabalho.Podemos apontar ainda outras como as fracas recompensas a falta de equidade, solicitações contraditórias e falta de clareza nos objetivos.
Podemos também apontar algumas causas que estão na base do esgotamento profissional:Destacamos as exisgências do trabalho, em particular a intensidade e os horários; as exigências emocionais como as relações exigentes com o público e violência verbal;a falta de autonomia e margem de manobra; as relaçoes de trabalho como o clima laboral, a existência ou não de organizações de trabalhadores, a eventual existência de assédio ou stresse crónico,precariedade, idade e género.
Para além das medidas que cada pessoa pode tomar no sentido de ter uma vida saudável importa aqui abordar as medidas coletivas que devem ser tomadas pelas empresas.Destacamos a necessidade de informar e formar os trabalhadores sobre a existência de riscos psicossociais e organizar uma avaliação dos mesmos riscos.Vigiar a carga de trabalho de cada um e das equipas;garantir apoio social sólido aos trabalhadores da empresa;dar margem de manobra no trabalho e definir objetivos realistas; assegurar o justo reconhecimento do trabalho de cada um; combater a precariedade.
Alguns estudiosos destas temáticas defendem uma pretensa neutralidade social e política não referindo as causas mais profundas destas doenças  e dos riscos que lhe estão subjacentes.As causas mais profundas estão estreitamente ligadas à evolução do capitalismo mundial que exige uma intensa exploração do trabalho e de algumas categorias profissionais em especial!A desconsideração, humilhação e coisificação do trabalhador está no âmago da gestão capitalista moderna!Daí que seja muito importante estas temáticas terem também uma abordagem sindical!

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