Com a sua Encíclica, «Laudato Si», o Papa
Francisco confirma o seu caminho de renovação da Igreja Católica e do pensamento
cristão sobre o mundo! Sendo um texto longo não deixa de ser bonito, escrito de
forma simples, com uma linguagem adequada e acessível a cristãos e não
cristãos.
No centro da Encíclica está a preocupação com a degradação
ecológica do nosso Planeta-casa de todos. Degradação ambiental, social e cultural
afetando toda a humanidade, em particular os mais pobres e fracos. Neste
documento o Papa faz uma crítica profunda ao capitalismo, sem nunca referir
esta palavra uma única vez. É uma crítica radical ao modelo económico que
reforça o poder de uma minoria e está a destruir o planeta sob ponto de vista
social e ambiental. Um modelo que gera uma cultura do relativismo, sem ética e
sem princípios. Um modelo que explora os recursos naturais até à exaustão e
gera a cultura do desperdício, do descartável. Cultura do consumo exagerado de
uma pequena porção da humanidade contra a miséria e pobreza da maioria.
Contrapondo a esta situação sem futuro para o Planeta e
para o ser humano, Francisco lembra que o homem não é o centro de tudo num mundo
fechado, apela à tradição cristã do bem comum e dos limites à propriedade, a
uma espiritualidade com base na contenção, na paz e sobriedade.
Apenas um lamento. A questão do trabalho tem um lugar
muito pobre nesta encíclica! Uma breve referência sem qualquer novidade. Espero
que isto signifique que o Papa voltará ao tema do trabalho e das enormes transformações a que estamos a assistir e a sofrer!
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