O mês de junho é um tempo terrível para os trabalhadores
de alguns setores profissionais, nomeadamente para os profissionais da
educação, restauração e turismo, imobilária entre outros. Ao longo do ano a
fadiga acumula-se e, em particular, o stresse laboral atinge tais limites que
uma percentagem assinalável de pessoas sente-se esgotada,» queimada por dentro
e por fora», sem capacidade para dar mais! É a vivência do que agora
modernamente se chama de bournout esgotamento profissional.
Estas situações acontecem com profissionais de todos os
setores económicos e é um dos fenómenos laborais mais debatidos pelos
psicólogos e psiquiatras.
Os portugueses para resolverem este problema recorrem a
mini férias, ao ginásio, ao desporto e aos fármacos. Um em cada cinco
portugueses tem problemas psiquiátricos. Os portugueses ocupam o 3º lugar na UE
no consumo de psicofármacos. Mas será que estas medidas são verdadeiras
soluções?
Portugal ocupa o sétimo pior lugar, entre 33 países, com
o stresse associado a exigências elevadas e baixos recursos.Com a crise
económica e social a pressão no trabalho aumentou bem como a concorrência, as
falências de empresas e os despedimentos foram uma constante nestes últimos
anos. Em alguns casos aumentaram as exigências dos clientes e os ritmos de
trabalho, os horários prolongados. E, mais importante de tudo, o medo de ser
despedido! A sobre exploração dos trabalhadores aumentou de modo considerável
nas últimas décadas agravando-se na Europa com a crise do euro.
As soluções individuais a que cada vez mais recorrem os
portugueses, apenas são meia solução e, em alguns casos, não são solução! O
stresse elevado e, no extremo, o esgotamento profissional tem as suas raízes na
organização do trabalho! Claro que a maioria das empresas não reconhece este
facto. Preferem colocar a questão do lado do trabalhador culpabilizando-o até,
e fazendo-lhe entender que ele, trabalhador é um fraco, não tem «estaleca» para
aguentar o stresse e os desafios.
Mas efetivamente o que acontece é que até os mais fortes
e audazes se esgotam! Portanto é necessário encarar o stresse laboral como um
risco psicossocial importante que pode dar origem a diversas perturbações
psicológicas. Antes das medidas de caráter individual é necessário fazer uma
avaliação de riscos na empresa, para identificar os fatores de risco,
nomeadamente organizacionais, e tomar as medidas adequadas.
Para informação técnica sobre esta questão consultar os
portais da ACT e da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho ,
INRS (França)da CGTP e outras.
Sem comentários:
Enviar um comentário