terça-feira, 23 de junho de 2015

TEMPOS DE ESGOTAMENTO PROFISSIONAL!


O mês de junho é um tempo terrível para os trabalhadores de alguns setores profissionais, nomeadamente para os profissionais da educação, restauração e turismo, imobilária entre outros. Ao longo do ano a fadiga acumula-se e, em particular, o stresse laboral atinge tais limites que uma percentagem assinalável de pessoas sente-se esgotada,» queimada por dentro e por fora», sem capacidade para dar mais! É a vivência do que agora modernamente se chama de bournout esgotamento profissional.
Estas situações acontecem com profissionais de todos os setores económicos e é um dos fenómenos laborais mais debatidos pelos psicólogos e psiquiatras.
Os portugueses para resolverem este problema recorrem a mini férias, ao ginásio, ao desporto e aos fármacos. Um em cada cinco portugueses tem problemas psiquiátricos. Os portugueses ocupam o 3º lugar na UE no consumo de psicofármacos. Mas será que estas medidas são verdadeiras soluções?
Portugal ocupa o sétimo pior lugar, entre 33 países, com o stresse associado a exigências elevadas e baixos recursos.Com a crise económica e social a pressão no trabalho aumentou bem como a concorrência, as falências de empresas e os despedimentos foram uma constante nestes últimos anos. Em alguns casos aumentaram as exigências dos clientes e os ritmos de trabalho, os horários prolongados. E, mais importante de tudo, o medo de ser despedido! A sobre exploração dos trabalhadores aumentou de modo considerável nas últimas décadas agravando-se na Europa com a crise do euro.
As soluções individuais a que cada vez mais recorrem os portugueses, apenas são meia solução e, em alguns casos, não são solução! O stresse elevado e, no extremo, o esgotamento profissional tem as suas raízes na organização do trabalho! Claro que a maioria das empresas não reconhece este facto. Preferem colocar a questão do lado do trabalhador culpabilizando-o até, e fazendo-lhe entender que ele, trabalhador é um fraco, não tem «estaleca» para aguentar o stresse e os desafios.
Mas efetivamente o que acontece é que até os mais fortes e audazes se esgotam! Portanto é necessário encarar o stresse laboral como um risco psicossocial importante que pode dar origem a diversas perturbações psicológicas. Antes das medidas de caráter individual é necessário fazer uma avaliação de riscos na empresa, para identificar os fatores de risco, nomeadamente organizacionais, e tomar as medidas adequadas.

Para informação técnica sobre esta questão consultar os portais da ACT e da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho , INRS (França)da CGTP e outras.

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