terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PROFISSIONAIS DA ESTRADA-que condições de saúde e segurança?


Um recente relatório da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho veio alertar para a situação das condições de trabalho dos profissionais do setor rodoviário, nomeadamente para as doenças profissionais naquele setor com destaque para as lesões músculo-esqueléticas, perda de audição, stresse e perturbações do sono, sobrecarga mental e física entre outras graves perturbações.
A fadiga, devida á garga horária e às longas viagens, são um dos maiores problemas destes profissionais. O isolamento e, por vezes, a violência a que estão sujeitos são outros elementos a ter em conta.
Por outro lado, dados estatísticos europeus apontam o setor dos transportes rodoviários profissionais como um dos mais perigosos na União Europeia sofrendo altas taxas de sinistralidade laboral. De facto, morrem anualmente nas estradas europeias cerca de 10 mil pessoas estando incluídos nestes números 1300 motoristas de transporte de passageiros e veículos pesados de mercadorias.
Em Portugal, em 2012, num total de 9397 empresas do setor trabalhavam 77.587 pessoas. Em 2011 ocorreram 6123 acidentes, 14 dos quais mortais.
Esta realidade que se agravou com a ideologia da competitividade a todo o custo e a exploração fácil dos trabalhadores exigiria a promoção de medidas urgentes no domínio da promoção da saúde no trabalho. Todavia, a promoção da segurança e saúde no trabalho colide com as práticas empresariais atuais que priorizam uma organização do trabalho para a máxima rentabilidade á custa de quem trabalha. E é na organização do trabalho que está o centro da questão.
 Será difícil promover a saúde no trabalho neste setor se não se equacionar a organização do trabalho nas respetivas empresas. Horários decentes, repouso adequado, vigilância periódica da saúde, veículos inspecionados, alimentação e sono em dia são algumas das medidas fundamentais.
As inspeções do trabalho europeias devem atuar neste setor com firmeza e de modo articulado. A ACT vai lançar uma campanha de prevenção neste setor em 2015. Esperamos que seja um bom contributo para que algo mude!


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