domingo, 23 de novembro de 2014

MAIOR DEMOCRACIA NO TRABALHO, POIS CLARO!

O Comité Executivo da Confederação Europeia de Sindicatos aprovou no passado mês de outubro uma Resolução propondo á Comissão Europeia uma nova diretiva comunitária capaz de dar um novo impulso á democracia no trabalho, reforçando a informação, consulta e participação dos trabalhadores nos conselhos de administração das empresas. 
O documento da Confederação estabelece os mínimos para esse quadro jurídico que viria a reforçar a influência dos trabalhadores nas sociedades económicas. Influência que devido ao quadro de crise e às taxas de desemprego tem vindo a diminuir nos últimos anos, aproveitando o patronato europeu e multinacional para afastar os sindicatos das empresas. A proposta da CES é, no fundo, implementar uma espécie de cogestão, pois os representantes dos trabalhadores nos conselhos administrativos teriam os mesmos direitos e estatuto que os representantes dos acionistas.
Apesar dos riscos que tal proposta tem, nomeadamente em matéria de controlo pelos trabalhadores dos seus representantes, vale a pena debater esta questão, e fazer participar os militantes sindicais e de comissões de trabalhadores nesta matéria. Qualquer quadro de informação, consulta e participação não pode ser elaborado á margem das organizações sindicais! Não existe uma verdadeira sociedade democrática sem democracia laboral. As empresas não podem apenas servir os interesses dos acionistas ou seja do capital.
O poder dos trabalhadores tem que ser reforçado nas empresas e na sociedade em geral. É um combate central da democracia. A direita liberal e conservadora, refletindo os interesses do capital financeiro e das multinacionais, olham para as organizações de trabalhadores como um fardo, como algo que pouco a pouco deve ser banido do projeto europeu e da realidade de cada país! Ora, o que se defendia como nuclear ao projeto europeu era o diálogo social e o protagonismo central das organizações de trabalhadores a par dos patrões. Esvaziar esta questão na construção europeia é regredir e afastar milhões de cidadãos produtores do futuro europeu.

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