«O movimento das juventudes sindicalistas foi também, por vezes, notável.O pensamento que determinou a organização dos jovens em organismos próprios obedeceu a uma dupla necessidade.O incremento da acção sindicalista,animado pela ideologia anárquica, atraía inúmeros jovens,empolgados pelas novas ideias e por um intenso desejo de luta.
Canalizar este desejo orientando-o ideologicamente dentro de amplos principios de liberdade e de emancipação só constituindo organismos que correspondessem simultaneamente a uma permanente aproximação fraternal de irmãos mais novos e ao imperativo duma educação revolucionária adquirida em comum pela troca recíproca de pensamentos e pelo comum impulso de actividades criadoras.
As Juventudes Sindicalistas originariamente destinadas ao trabalho cultural de educação bem depressa foram prejudicadas pelas perseguições.Dir-se-ia que havia o propósito preconcebido de as inutilizar como escolas.Os jovens feridos nas suas aspirações mais caras eram deste modo arremessados para a luta.Essencialmente anti-militaristas colocaram-se com os anarquistas na vanguarda do movimento contra a guerra de 1914-1918.E o ódio dos patriotas, dos conservadores e reaccionários cresceu.
Mas a sua acção não raro se fazia sentir nos movimentos colectivos do proletariado.Por isso eram sempre perseguidos pela polícia, presos por vezes em massa, sofrendo muitos dos seus militantes os piores tratos nas prisões e alguns foram mesmo cobardemente assassinados pela polícia....
Sujeitas ás influencias aguerridas do momento mas dispostas sempre ás acções generosas de solidariedade humana, as juventudes sindicalistas organizaram também a União que mais tarde passou a ser a Federação e publicaram o seu órgão na imprensa, o Despertar, quase sempre de boa e sã propaganda anarco-sindicalista.»
Retirado de «O sindicalismo em Portugal de Manuel Joaquim de Sousa»
Ver de João Freire «As juventudes sindicalistas,um movimento singular»
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