sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

GREVE GERAL EM FRANÇA!

Ontem, 29 de Janeiro,sindicatos convocaram uma greve geral que mobilizou cerca de dois milhões de manifestantes em todas as cidades farncesas mais importantes.

França assistiu ontem a uma das maiores greves da sua história: cerca de 75% dos trabalhadores franceses aderiram à paralisação. Voos cancelados, comboios parados, escolas fechadas e hospitais reduzidos aos serviços mínimos, foram a dura realidade com que Nicolas Sarkozy teve de lidar pela primeira vez desde que é Presidente da República (ver caixas). A subida da taxa de desemprego e consequente perda do poder de compra da classe média foram as grandes razões que fizeram milhares de trabalhadores saírem ontem para as ruas de Paris a manifestarem-se.

Descontentes com a política económica levada a cabo pelo Governo face à crise, e contando com o apoio dos partidos de esquerda, os oito maiores sindicatos do país organizaram esta mobilização para pedirem mais medidas de protecção aos empregos e salários. "Não podemos aceitar que os trabalhadores sejam os únicos a arcarem com as consequências da crise. Tal como os bancos, também precisamos de garantias, embora para pagar a prestação da casa e para as reformas", afirmava ontem o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho, Bernard Thibault, numa crítica directa às ajudas financeiras que o Governo francês deu aos bancos, para os salvar da falência.

Longe vão os tempos em que o presidente da mais simbólica república do Ocidente se podia gabar de "quase não existem greves em França", tal como fez Nicolas Sarkozy no Verão passado. A dimensão desta paralisação, no pais das greves, abala, inevitavelmente, a imagem do Presidente francês. Mas não e o único abraços com a crescente onda de reivindicações na Europa. Já esta semana, sondagens revelam que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, está a ser fortemente penalizado graças às decisões "proteccionistas" que tomou face a crise.

Estará, a Europa, a assistir a uma onda de agitação social face a uma crise sem precedentes? Perante a supressão massiva de postos de trabalho e dispensa de funcionários, a maioria das famílias europeias vê-se com menos dinheiro no bolso e quer saber se os seus políticos são capazes de as protegerem. Com a globalização dos efeitos da crise, as cenas dos próximos capítulos são imprevisíveis. (Diário Económico)

Sem comentários: