As relações precárias de trabalho são uma
das caras da flexibilidade da economia capitalista atual.A flexibilidade total
dos vínculos é o sonho de qualquer patrão não pressionado pelas lutas sociais. Esta
flexibilidade está no coração do capitalismo predador do século XXI.
Esta dinâmica não encontra nos tempos atuais uma barreira suficientemente forte e eficaz porque os Estados estão em geral enfraquecidos e dominados pelos grandes interesses económicos multinacionais e a relação de forças é altamente desfavorável aos trabalhadores e suas organizações!
Esta dinâmica não encontra nos tempos atuais uma barreira suficientemente forte e eficaz porque os Estados estão em geral enfraquecidos e dominados pelos grandes interesses económicos multinacionais e a relação de forças é altamente desfavorável aos trabalhadores e suas organizações!
Este quadro exige que o sindicalismo,
que nasceu com o industrialismo para organizar a classe operária das grandes
empresas, se adapte à nova situação, tanto sobre o ponto de vista organizativo
como ideológico e tático.
Uma das questões a enfrentar é a de
organizar os trabalhadores cada vez mais precários no futuro e exercendo
profissões em empresas pequenas e voláteis, altamente móveis e tecnológicas. Os trabalhadores, com o
apoio dos cientistas sociais terão que encontrar também formas ágeis e eficazes
de se organizarem e lutarem pelos seus interesses.
Sabemos que os trabalhadores precários têm
dificuldade em se sindicalizarem e exercerem funções sindicais simplesmente
porque estas atividades são quase consideradas criminosas por muitas empresas e
patrões. Fazer militância num sindicato é, em muitas situações, sentenciar o
seu despedimento. Estas situações ferem claramente a Constituição. As empresas
e locais de trabalho não podem ser locais onde impera uma espécie estado de
sítio.
Ora esta realidade vai exigir que os trabalhadores
se organizem de forma semi - clandestina e encontrem formas de luta
alternativas ou complementares à greve, quer sejam legais ou não legais. A situação de facto a
que se chegou, ou seja, de não exercício dos direitos laborais justifica
igualmente o recurso a formas de luta excecionais como o boicote, a denúncia
pública e a sabotagem. Provavelmente iremos passar por um sindicalismo mais móvel, com menos associados e funcionários, mais incisivo e também menos burocrático.A sua aliança com os cidadãos e consumidores e com a comunicação social será de primordial importância!
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