segunda-feira, 14 de março de 2016

PRECARIEDADE LABORAL: um combate difícil mas necessário!

 
Nos últimos meses a precariedade laboral ganhou centralidade nas notícias e nas agendas dos partidos políticos. O tema ganhou maior atualidade com o Governo PS apoiado pelo PS, PCP e Verdes na medida em que consta dos acordos políticos elaborados e que sustentam esta maioria parlamentar. Assim existem projetos de diplomas sobre a matéria para debate no Parlamento, os partidos de esquerda e várias organizações de trabalhadores fazem pressão para se acabar com esta tendência nas relações laborais. 
A direita evita falar da questão, pois na sua generalidade, o seu pensamento resume-se na frase proferida pelo chefe dos patrões, António Saraiva, quando afirmou que «vale mais emprego precário do que nenhum emprego».
Ora, a questão da precariedade laboral é dos problemas sociais e políticos mais complexos no domínio das relações laborais porque, sendo uma tendência e exigência do capitalismo atual, na sua lógica de acumulação de riqueza, este faz tudo o que pode em termos de direito, de combate ideológico e de mobilização de recursos para manter o modelo precário. É uma luta muito dura aquela que se vislumbra neste domínio e que pode inclusive abrir algumas brechas no governo PS e respetiva aliança de sustentação no Parlamento.
Perspetivando-se um quadro difícil e uma luta renhida, mas fundamental no combate por um trabalho digno, será importante que as organizações sindicais, associações de trabalhadores precários, partidos políticos e personalidades de opinião atuem de forma articulada e definindo objetivos estratégicos de luta faseada no tempo.
Neste sentido seria prioritário atacar em força a precariedade no próprio Estado. Os milhares de trabalhadores na Administração Central e Local, estando a desempenhar tarefas permanentes de serviço público, deveriam ser integrados e considerados trabalhadores em funções públicas. Esta situação seria exemplar e facilitaria o combate no setor privado, onde enquanto existirem altos níveis de desemprego os patrões utilizam com facilidade o trabalho barato e precário.
Por outro lado, uma inspeção do trabalho muito mais eficaz no terreno é fundamental para fazer cumprir a legislação que se aprovar sobre esta matéria. Neste sentido a ACT deveria não apenas ter mais meios como exigem os sindicatos, mas principalmente ter uma orientação menos burocrática e mais virada para a ação inspetiva deixando o grosso da ação informativa e de aconselhamento para as associações sindicais e empresariais.

Por fim, seria também importante implementar orientações no IEFP de combate à precariedade e ao trabalho barato.

Sem comentários: