Numa
primeira leitura do projeto do programa eleitoral do Partido Socialista devo
dizer que vi muitas matérias que estão bem equacionadas e que será um caminho
diferente do escolhido pela maioria de direita atualmente no poder! Onde está o
calcanhar de Aquiles é, sem dúvida, na questão do trabalho que é pouco
trabalhada. O Trabalho, para além de uma questão fraturante, onde, por vezes,
convém esconder o jogo, é infelizmente o parente pobre dos programas dos
partidos sociais – democratas e socialistas. A onda liberal que atravessa a
maioria destes partidos vai corroendo a matriz trabalhista dos mesmos.
O que se
sabe do documento dos economistas que estudaram os cenários para uma governação
PS não pode deixar ninguém sossegado em particular no que respeita às propostas
para a TSU e para o combate á precariedade! E sobre o que este governo e a
troika fizeram ao Código do Trabalho? Nada é dito? A contratação coletiva, as
indemnizações, o trabalho suplementar, os dias de férias,etc…fica tudo como estes decidiram?Claro que tudo
isto ainda está no plano do debate. Depois quando vier a legislação para a mesa
é que se verá! Mas é bom que os sindicalistas do PS, e não só, vão dando as
suas opiniões e façam pressão e não apenas que demonstrem publicamente
preocupação! A própria UGT e CGTP têm legitimidade para falarem sobre o
assunto.
É
verdade que os sindicalistas que ouvi do lado da UGT, e que falaram como
dirigentes do PS, falaram muito brando, enquanto que os dirigentes da CGTP que
ouvi, falaram em nome da Central, nomeadamente o Arménio Carlos, e falaram
muito duro!
O que
até agora temos são documentos para debate e não se pode falar como se já fosse
uma decisão de um governo PS. Em particular se falarmos em nome de uma Central
Sindical! Convém dizer claramente o que se pensa das questões, sem ambiguidades,
mas com peso e medida. Corre-se o risco, que é evidente hoje, dos sindicalistas
arrastarem o movimento sindical para o debate eleitoral. E na CGTP esse debate
eleitoral já atravessa a Central. Isso não ajuda em nada o esclarecimento dos
trabalhadores e vai corroendo a unidade que tanto custou a consolidar.
Por
outro lado, qualquer Central deve manter uma margem de manobra e de capacidade
tática para lidar com um governo saído de eleições democráticas! Mesmo que não
esteja de acordo com 80% do seu programa!
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