quinta-feira, 14 de maio de 2015

O STRESSE E O ASSÉDIO NÃO SÃO PROBLEMAS INDIVIDUAIS!


O stresse e o assédio no trabalho não são meros problemas individuais dos trabalhadores como frequentemente se pretende fazer crer! Em colóquios e conversas não é raro ouvir dizer ou dar a entender que estes problemas têm muito de pessoal e que apenas os trabalhadores mais vulneráveis psicologicamente são afetados pelo stresse ou sofrem assédio! Tal não é verdade! Não existe nenhuma personalidade específica propícia a estar exposta aos riscos psicológicos, nomeadamente ao stresse ou assédio! Existem, é verdade, algumas caraterísticas que nos podem tornar mais vulneráveis, tais como uma autoestima muito baixa ou uma vida familiar instável! Todavia, o stresse e a depressão podem afetar as pessoas mais fortes psicologicamente!
Estes riscos psicossociais como o stresse, o assédio, a violência e o bullyng existem no trabalho, em particular em alguns setores e profissões como os trabalhadores da saúde, professores, pilotos e outros trabalhadores dos transportes. Aliás, o stresse também pode afetar operários e gestores!
Com a crise atual e a intensificação do trabalho, desregulação dos horários e esbatimento da fronteira entre a vida familiar e profissional o stresse, a intimidação e o assédio crescem nas empresas europeias!
Com este quadro há que equacionar estes riscos não como um problema individual a resolver com medidas sobre o trabalhador de caráter paliativo e individual mas com uma política preventiva da empresa enquadrada e gerida pelos serviços de segurança e saúde no trabalho. Uma política que atue nas causas que estão na origem do stresse, do assédio ou violência prevenindo assim consequências dramáticas para os trabalhadores, familiares e para o futuro da empresa!
Em geral muitas causas do stresse e de outros riscos psicológicos estão na organização do trabalho, nomeadamente nas formas de gestão altamente predadoras, competitivas, nos ritmos de trabalho intensivos, na desregulação dos horários, na pressão dos clientes, na falta de apoios sociais e de trabalho coletivo e de cooperação.

Todavia, estas causas são abordadas de passagem como o gato pela água! Teme-se aprofundar esta questão com medo de se pôr em questão a vaca sagrada da produtividade, dos sistemas de avaliação, dos prémios, da competitividade da economia! Ora, assim, vai ser difícil chegar a bom porto neste debate que só há pouco começou!

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