Seguro encerrou hoje o Congresso do Partido Socialista Português em Braga!Os congressistas que há pouco apoiaram em força José Sócrates aprovaram agora a moção do novo secretário-geral!Houve claramente uma viragem à esquerda pelo menos no discurso.Um discurso marcando o rumo do partido na oposição,muito embora esta oposição apenas seja a 50% dado que o PS também assinou o acordo com o FMI e a UE.
Duas questões me chocam neste PS:a incapacidade de fazer uma avaliação da sua participação recente na governação, assumindo erros e retirando lições para o futuro; a incapacidade de se dizer um partido dos trabalhadores, embora interclassista, como é óbvio!
O Ps tem sido no governo um dos arautos da avaliação e da meritocracia.Zeloso impôs um novo modelo de avaliação aos funcionários públicos e enfrentou uma desgastante luta para impôr também um novo modelo de avaliação aos professores!Todavia, para o PS os políticos e as suas politicas não devem ser avaliadas em público, nomeadamente no seu congresso.
Por outro lado, o PS é um partido historicamente das classes trabalhadoras.Foi, aliás, o primeiro partido dos trabalhadores portugueses ,chegou a ter assentos nos primeiros congressos das associações de classe.Hoje apenas fala de classes médias, do Estado Social, tendo talvez medo e pudor de se assumir como um partido das classes que trabalham.No discurso de Seguro vieram estas referencias, mas nada ou quase nada sobre o ataque sem igual aos direitos laborais em Portugal e em toda a Europa, sendo a recente medida de cada trabalhador pagar o seu despedimento a mais despudorada e ignóbil!
Esta questão foi sempre uma característica do PS português.Daí as suas dificuldades de interligação e acção com o movimento sindical.Infelizmente nada indica que os novos dirigentes do PS superem este trauma.Não está escrito em nenhum lado que para um partido conseguir o poder não se possa assumir como o grande partido do povo trabalhador e defender os seus interesses estratégicos.
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