Na linha das recentes declarações do Cardeal de Lisboa veio agora a Conferencia Episcopal Portuguesa (CEP) apelar ao diálogo social para evitar a conflitualidade e lembrando que as greves são«um último recurso».No presente contexto a declaração da CEP é lida por muitos como uma acção preventiva e de colagem desnecessária ás políticas do Governo.Ainda recentemente o Primeiro Ministro teve um discurso sobre esta temática!
Ora , a conflitualidade em Portugal é, neste momento, das mais baixas da Europa e os portugueses estão estoicamente a suportar uma carrada de impostos com destaque para o gás, electricidade e IVA, cortes salariais e congelamentos de rendimentos para os trabalhadores.
Neste contexto não se entende a preocupação da CEP que está a queimar cartuchos antes do tempo.De facto quando , e por acaso, a conflitualidade atingir níveis agudos o que vão dizer os Bispos?Dizer o que disseram agora?Que margem pode ter a CEP para se apresentar inclusive como mediadora social, apelando nessa altura à concertação e enfim a um diálogo que permita distribuição de ganhos e perdas de forma equilibrada sem apresentar a imagem de quem está apenas de um lado?
Francamente no capítulo das relações de trabalho os Bispos Portugueses dão a impressão de que estão sempre em confronto velado com as organizações de trabalhadores.Ora, uma coisa é criticar o corporativismo egoista de certos grupos outra coisa é a legítima luta pela justiça social de quem só vê perder direitos e rendimentos e não vê justiça na repartição dos sacrifícios!
Como já afirmei os Bispos Portugueses precisavam de resolver uma questão não resolvida na Igreja Portuguesa.Não existe uma pastoral e uma reflexão teológica sobre o trabalho.Os resultados estão á vista!
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