Hoje uma parte substancial da imprensa económica deu largo espaço e até primeira página a uma declaração do Secretário Geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) , o sindicalista John Monks dizendo que propôs a várias organizações sindicais a hipótese de aceitarem as reduções salariais em troca de formação e subsídio de desemprego!
Antes de mais há que ser cauteloso quanto ás declarações que efectivamente foram feitas!Certo é que toda a imprensa económica agarrou estas declarações proferidas em vésperas de Greve Geral em Portugal!
Claro que vieram logo alguns comentadores a terreiro dizendo que este é um verdadeiro sindicalista contrapondo-o, claro está, aos das CGTP que, para eles, não estão a ver os verdadeiros problemas do país! A cantilena do costume, os sindicatos serão bons se alinharem nas nossas posições e defenderem os nossos interesses imediatos e estratégicos!
Pois as declarações de John Monks, a serem verdade, em vésperas de uma Greve Geral em Portugal, são, sem dúvida, um tiro na própria Greve Geral e um apoio indirecto aos governos que aplicam neste momento a austeridade, incluindo cortes salariais, como na Grecia, Portugal e Espanha!
Por outro lado são declarações contraditórias com a politica seguida da CES contra a austeridade, nomeadamente a última euromanifestação em Bruxelas!
Por último como pode um dirigente sindical com estas responsabilidades dizer que aceita reduções nos salários como principio, mesmo que num contexto de crise?Que eventualmente existam reduções de tempo de trabalho com salário ,mas com compensações como formação e apoio social, tudo decorrente de negociações concretas em empresas concretas, enfim, acontece e poderá ainda acontecer.Salvar o emprego é ,de facto, um objectivo primordial nas negociações concretas, empresa a empresa ,sector a sector e país a país.Todavia,nunca um sindicalista digno desse nome pode aceitar como principio a redução do salário de um trabalhador!Diziam os antigos que o salário é sagrado!Pelos vistos para o Secretário Geral da CES tal já não é verdade!A que ponto chegou a Confederação Europeia de Sindicatos cujo dirigente mais parece um comissário europeu!
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