A saúde dos trabalhadores será compatível com a ideologia produtivista, em particular com o capitalismo,
quer privado quer estatal?Esta questão colocou-se em meados do século XX, nomeadamente em Itália na década de sessenta e nas lutas dos operários italianos.A questão tem sido colocada de quando em quando,embora minoritáriamente, por investigadores sociais, médicos e sindicalistas.A partir de um determinado momento largos setores do movimento sindical europeu e americano responderam que era possível compatibilizar a saúde dos trabalhadores com a busca da máxima produtividade e competitividade, aceitando assim, na prática, legitimar a posição da classe dominante que remete o essencial da prevenção para a questão dos riscos físicos,biológicos, químicos e ergonómicos, quase ocultando a importância na saúde dos trabalhadores das sucessivas formas de trabalho capitalista que buscam a máxima competitividade e a intensa exploração do trabalho.Nos últimos tempos, porém, esta questão voltou a ter alguma acuidade na medida em que são vários os autores que salientam a importância da organização do trabalho na saúde dos trabalhadores e a emergência ou crescimento dos riscos psicossociais.
Efetivamente existe uma forte incompatibilidade entre uma dinâmica de defesa da saúde dos trabalhadores e a maximização da exploração do trabalho própria da economia capitalista.Nesta o trabalhador é um factor produtivo que se adquire no mercado e tem que ser rentabilizado.Por sua vez, a perspectiva do trabalhador é preservar e melhorar a sua saúde na medida do possível, utilizando estratégias adequadas para se defender.Estratégias que são mal vistas pelo patrão, capataz, gestor ou chefe e apontadas como de preguiça ou negligência.
As classes dominantes com o seu aparelho técnico-político e cultural tudo fazem para neutralizar e ocultar esta realidade, ou seja , a economia capitalista da competitividade e da produtividade a todo o custo é patológica, gera doença, mesmo quando não precisa do trabalhador e o coloca no desemprego!
Assim, o movimento sindical não pode pactuar com políticas de ocultação desta realidade sendo necessário perspetivar a luta pela saúde dos trabalhadores como nuclear na luta pela sua emancipação!Um bom tema para debate e aprofundar as estratégias sindicais neste domínio....
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