terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A AUTOEUROPA DIVIDE O PAÍS?

Mais uma vez a Autoeuropa voltou a ser notícia.O palco foram as jornadas parlamentares do CDS onde,
mais uma vez, Carlos Silva da UGT, fazendo coro com António Saraiva da CIP, zurziu a Comissão de Trabalhadores por fazer plenários de trabalhadores e de nunca chamar o sindicato UGT para esses plenários onde, segundo ele, estariam «agitadores profissionais».É caso para chamar os serviços secretos?Os trabalhadores deveriam ter juízo porque os alemães da Wolkswagewn, esses do escândalo dieselgate e testes com jovens e macacos, podem perder a paciência e abalarem para outro país!E mais ainda diria, segundo rezam as crónicas.Que a CGTP lançou um vírus para dentro da empresa!!Que raio de vírus será esse?Foi o António Saraiva que lançou esta do vírus ou foi Carlos Silva?Será que interessa?Ambos tinham o mesmo objetivo!
Mais uma intervenção lamentável do Secretário Geral da UGT.Essa então dos «agitadores profissionais» é sublime vinda de uma pessoa que é sindicalista e que vive a tempo inteiro dessa profissão, sendo nesse registo de linguagem, também um agitador profissional que, não por acaso, é da UGT.Mas, por acaso, o António Saraiva também não se pode incluir no rol de agitador profissional?
Para além destas diatribes o que mais profundamente  está em causa são práticas sindicais e a concorrência entre as mesmas.Práticas que acabam por dividir uma parte dos portugueses. Efetivamente a maioria dos portugueses sabe muito pouco de sindicalismo e fica  com o que os comentadores da comunicação social dizem.Há uma iliteracia enorme neste campo que urge colmatar.
Na Autoeuropa confrontam-se pelo menos duas práticas sindicais:Uma, a reformista, embora legítima, que considera que os trabalhadores daquela empresa devem estar caladinhos para não irritarem o patrão com mais reivindicações, negociarem umas migalhas do grande negócio automóvel, enfim subordinar o trabalho ao capital o que significa também a própria vida familiar, os fins de semana; outra, também legítima, que defende a subordinação do capital ao trabalho, procurando um justo equilíbrio nas relações laborais e que considera que os sindicatos não existem para ajudar os patrões a  acumularem lucros mas sim para contribuírem para a justa repartição da riqueza criada.É um sindicalismo que não considera o capitalismo o fim da História!Esta última prática sindical não é uma prática de agitadores mas é antes um sindicalismo  que já existia antes do Carlos Silva e da UGT.Este sindicalismo é defendido por muitos socialistas, comunistas  e até católicos.A Autoeuropa não pode ser tão especial, por mais que conte para o PIB,para que se impeça a livre escolha de práticas sindicais.A liberdade de filiação e ação sindical está na nossa Constituição!
Afinal de que têm medo a UGT e a direita política e social?Têm medo de um coletivo de trabalhadores que quer fazer o seu caminho, sendo ponta de lança no jogo entre o capital e o trabalho.Ou seja, eles podem ser «o Ronaldo do sindicalismo»!

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