sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

STRESSE E LINGUAGEM!

«Os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho geram custos significativos para as organizações e as economias nacionais. Os trabalhadores são suscetíveis de ficar afastados do trabalho por períodos consideráveis quando sofrem de stresse relacionado com o trabalho ou de outros problemas psicológicos. Sempre que sofrem de stresse relacionado ao trabalho, os trabalhadores tendem igualmente a apresentar-se ao trabalho mesmo quando não se encontram em situação de poder desempenhar cabalmente as suas funções (o chamado «presenteísmo»).
 Esta circunstância conduz a uma redução da produtividade e, consequentemente, a uma redução da rentabilidade da empresa. Na Europa como um todo, estima-se que os custos totais com perturbações da saúde mental (relacionadas ou não com o trabalho) ascendam a 240 mil milhões de euros por ano. Menos de metade desse montante resulta de custos diretos, como tratamentos médicos, sendo 136 mil milhões de euros imputáveis à perda de produtividade, incluindo o absentismo por baixa médica…»
Este é um pedaço de um texto sobre o stresse no portal da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. Claramente a questão do stresse é vista sob ponto de vista economicista como uma peste que pode afetar a produtividade da empresa e reduzir os seus ganhos. Em geral o discurso das instituições europeias e até nacionais é o «economês», ou seja, a prevenção dos riscos é abordada sob o ponto de vista das vantagens da empresa, enfim para sensibilizar os patrões. Falta quase sempre o discurso do ponto de vista do trabalhador, nomeadamente do contexto da organização de uma economia e de uma organização do trabalho que trata o trabalhador como «mão-de-obra». É a crença de que os patrões se vão sensibilizar com essa abordagem…alguns, muito poucos, talvez! As mudanças fundamentais terão que ser levadas a cabo pelos que sofrem na pele os problemas!

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