O que se passou até agora sobre esta questão é verdadeiramente significativa de como funciona o Estado em Portugal. Temos grupos de trabalho que se eternizam e não apresentam conclusões, decisões que se protelam, falta de vontade em investir nestas matérias. Mas o problema não respeita apenas ao Estado. Alguns parceiros sociais também não consideram esta questão prioritária.
Quanto á existência do amianto nos edifícios públicos há que reconhecer que não é uma questão de fácil resolução. Mas esta é mais uma razão para se agarrar na mesma com unhas e dentes pois está em causa a vida de pessoas! O comportamento do governo nesta matéria foi oportunista e revela um desprezo soberano pela vida dos portugueses, quer sejam os funcionários quer os cidadãos utentes!
O governo constituiu um grupo de trabalho de alto nível para enfrentar esta questão. Todavia, até agora apenas fez uma listagem dos edifícios que terão, porventura, materiais de amianto. Não organizou equipas técnicas para avaliar os riscos dos edifícios e tomar medidas. Entretanto, alguns porta-vozes, mais avalizados sob ponto de vista técnico, vieram a público gritar contra o alarmismo promovido pela comunicação social! Claro que foi o que o governo quis ouvir. Pois, afinal os riscos não serão assim tão grandes pensaram os governantes. Caiu assim o silêncio sobre uma questão muito grave para a saúde dos portugueses!
Sem comentários:
Enviar um comentário