Nos últimos tempos, em particular com o aproximar do ato eleitoral na Grécia, ocorrem «oportunas»
declarações de dirigentes da direita europeia, da Comissão Europeia e de outros centros de poder político, financeiro e económico no sentido de avisar, leia-se amedrontar, que devem continuar os mesmos a governar aquele país, ou seja os defensores da austeridade e da penalização social e económica dos pobres e trabalhadores!
De repente, e neste contexto, aparecem os atentados em Paris e Bruxelas atribuídos a radicais muçulmanos em que um dos alvos principais foi um célebre jornal humorístico francês. Parece até que o cérebro do atentado teria fugido para a Grécia! Olha que fuga tão oportuna!
O sentimento expandido pelos «media» e comentadores de serviço é que estamos numa guerra em plena Europa que vai virar as comunidades muçulmanas contra os europeus cristãos e laicos. Os setores militaristas e securitários bem colocados no aparelho dos Estados, bem como a extrema – direita, não perdem tempo e pedem mão dura, medidas extraordinárias, vigilância dos cidadãos e das fronteiras.Com isto matam de uma cajadada dois coelhos: reforçam o seu poder nos aparelhos e assustam os europeus que perante um mundo caótico pedem mais segurança e menos liberdade, ficando menos predispostos para mudanças eleitorais à esquerda.
De facto, estamos perante uma grande operação política na Europa! Não digo uma conspiração porque é algo mais complexo. São várias dinâmicas, que podem inclusive ser autónomas, mas que objetivamente criam os mesmos efeitos: o medo e a necessidade de mais segurança! Que fique claro que não estou aqui a justificar os atentados de Paris! Nada, mas mesmo nada, justifica que se mate alguém, seja por que causa for!
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