No próximo dia 8 de maio, em Lisboa, será lançada em Portugal pela ACT, enquanto Ponto Focal Nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, a Campanha Europeia 2014/15 gestão do stresse e dos riscos psicossociais no trabalho.
Uma campanha pertinente, sem dúvida, pela temática, dado o contexto em que os trabalhadores europeus e, em particular, os portugueses vivem! Honra seja feita á Agência Europeia, não apenas pela informação que produz, mas também pelas temáticas oportunas que escolhe.
Todavia, tenho uma objeção de fundo sobre esta questão e que deixo aqui abordada muito superficialmente. Lamento o facto de que no discurso da Agência se tenha assumido o conceito de «gestão» do stresse e dos riscos psicossociais e não o conceito de «prevenção» do stresse! Não tenho dúvidas de que se vai falar de prevenção na campanha, como é óbvio! Todavia, são dois pontos de partida diferentes e com um importante significado ideológico!
Uma parte do principio de que teremos sempre stresse e riscos psicossociais nos locais de trabalho, sendo apenas necessário fazer a sua gestão, e outra, considera que o ponto de partida é prevenir não admitindo locais do trabalho com stresse. Uma considera que até poderá «ser bom» um pouco de stresse nos trabalhadores como dizem alguns gestores, para que se tornem mais competitivos e enfrentem os picos de produção, enquanto que a outra considera que um ambiente saudável de trabalho não precisa de tais estímulos pois existem outros mais saudáveis. Alguns até falam em stresse bom e stresse mau! E permitem-se revelar que apenas trabalham bem com um pouco de stresse!
Perguntamos: e quanto lhes vai custar em termos de saúde essa forma de trabalhar ao longo da vida? Considerando que cada trabalhador reage de forma diferente ao stresse a melhor forma é prevenir as causas do mesmo na empresa. As causas do stresse e dos riscos psicossociais devem fazer parte da avaliação de riscos e da sua prevenção!
Claro que a prevenção dos riscos profissionais exige ser integrada no sistema de gestão da empresa. Se a gestão é predadora e destruidora da saúde dos trabalhadores não será possível uma boa gestão do stresse. Poderá existir propaganda como acontece em algumas empresas!
Embora se diga por aí que não «Existe risco zero» isso, sendo verdade, não me ajuda nada! A luta será precisamente para atingir o objetivo de risco zero! Tal como dizemos que queremos atingir o acidente zero! A palavra gerir é ambígua! Eu posso gerir pensando apenas nos custos financeiros e muito pouco na saúde das pessoas!
Esperamos que ao longo da Campanha a visão gestionária ou tecnocrática da saúde laboral não seja dominante e possa ser combatida pela visão prevencionista e de promoção da saúde dos trabalhadores em tensão permanente com a organização do trabalho capitalista.
Pessoalmente considero que a política da Agência Europeia tem um discurso que não se coaduna muito com o discurso e a prática das outras instituições europeias. A Agência preocupa-se com as questões das condições de trabalho e a Comissão vai aplicando políticas de flexibilidade laboral e de desvalorização do trabalho em particular nos países intervencionados pela Troika! Esquizofrenia europeia! Ver campanha em www.act.gov,pt
Uma campanha pertinente, sem dúvida, pela temática, dado o contexto em que os trabalhadores europeus e, em particular, os portugueses vivem! Honra seja feita á Agência Europeia, não apenas pela informação que produz, mas também pelas temáticas oportunas que escolhe.
Todavia, tenho uma objeção de fundo sobre esta questão e que deixo aqui abordada muito superficialmente. Lamento o facto de que no discurso da Agência se tenha assumido o conceito de «gestão» do stresse e dos riscos psicossociais e não o conceito de «prevenção» do stresse! Não tenho dúvidas de que se vai falar de prevenção na campanha, como é óbvio! Todavia, são dois pontos de partida diferentes e com um importante significado ideológico!
Uma parte do principio de que teremos sempre stresse e riscos psicossociais nos locais de trabalho, sendo apenas necessário fazer a sua gestão, e outra, considera que o ponto de partida é prevenir não admitindo locais do trabalho com stresse. Uma considera que até poderá «ser bom» um pouco de stresse nos trabalhadores como dizem alguns gestores, para que se tornem mais competitivos e enfrentem os picos de produção, enquanto que a outra considera que um ambiente saudável de trabalho não precisa de tais estímulos pois existem outros mais saudáveis. Alguns até falam em stresse bom e stresse mau! E permitem-se revelar que apenas trabalham bem com um pouco de stresse!
Perguntamos: e quanto lhes vai custar em termos de saúde essa forma de trabalhar ao longo da vida? Considerando que cada trabalhador reage de forma diferente ao stresse a melhor forma é prevenir as causas do mesmo na empresa. As causas do stresse e dos riscos psicossociais devem fazer parte da avaliação de riscos e da sua prevenção!
Claro que a prevenção dos riscos profissionais exige ser integrada no sistema de gestão da empresa. Se a gestão é predadora e destruidora da saúde dos trabalhadores não será possível uma boa gestão do stresse. Poderá existir propaganda como acontece em algumas empresas!
Embora se diga por aí que não «Existe risco zero» isso, sendo verdade, não me ajuda nada! A luta será precisamente para atingir o objetivo de risco zero! Tal como dizemos que queremos atingir o acidente zero! A palavra gerir é ambígua! Eu posso gerir pensando apenas nos custos financeiros e muito pouco na saúde das pessoas!
Esperamos que ao longo da Campanha a visão gestionária ou tecnocrática da saúde laboral não seja dominante e possa ser combatida pela visão prevencionista e de promoção da saúde dos trabalhadores em tensão permanente com a organização do trabalho capitalista.
Pessoalmente considero que a política da Agência Europeia tem um discurso que não se coaduna muito com o discurso e a prática das outras instituições europeias. A Agência preocupa-se com as questões das condições de trabalho e a Comissão vai aplicando políticas de flexibilidade laboral e de desvalorização do trabalho em particular nos países intervencionados pela Troika! Esquizofrenia europeia! Ver campanha em www.act.gov,pt
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