Os sindicatos estão perante desafios enormes no quadro da atual crise do capitalismo internacional. Os desafios maiores são o desemprego galopante a nível mundial e a precariedade que conduz á pobreza milhões de trabalhadores. Mas existem outros desafios tremendos como é o caso da destruição do Estado Social em vários países na Europa no âmbito da crise do euro. Neste quadro urge responder á desfiliação sindical e descredibilização que afeta não apenas os políticos mas também os sindicalistas.
De forma breve podemos apontar alguns desafios imediatos a que os sindicatos terão que responder relativamente á desfiliação sindical:
A dessindicalização é devida ao desemprego, á falta de dinheiro, ao medo, á descrença e á credibilidade sindical. Nos últimos tempos a dessindicalização é bastante forte em alguns setores de atividade.
Neste sentido seriam necessárias algumas medidas com destaque para a eventual diminuição das quotas sindicais, melhores serviços jurídicos, uma maior proximidade dos dirigentes sindicais aos locais de trabalho e a uma maior dinâmica sindical nas empresas e serviços. Dada a limitação de quadros, vários locais de trabalho são contatados por sms,s e não têm delegados sindicais há muitos anos. Seria necessário dar uma maior importância á formação sindical, dignificando-a e fazer com que a mesma fosse reconhecida com estatuto de formação profissional!
Formação ao nível nomeadamente da legislação laboral para que os trabalhadores tivessem uma maior informação no domínio dos direitos laborais! A ignorância neste domínio é confrangedora e nefasta para a luta reivindicativa e para a emergência de ativistas sindicais!
Seria necessário igualmente rever algum discurso sindical escrito em geral pouco esmerado, repetitivo e demasiado conotado partidariamente!
Por outro lado o movimento sindical deve estudar formas de prestação de serviços aos seus associados. O sindicalismo reivindicativo não é incompatível com a prestação de serviços aos associados para que estes vejam outras utilidades em estarem sindicalizados. O sindicalismo é um movimento de massas, é uma organização dos trabalhadores, se possível de todos os trabalhadores!
Quanto á credibilização o problema tem a ver com a transparência e a democraticidade das organizações! Dar mais poder aos associados e menos decisões de cúpula, nomeadamente nas decisões sobre as lutas que se fazem!
O provável futuro Secretário -Geral da UGT, Carlos Silva, mostrou-se recentemente preocupado com algumas destas questões e, ainda, com a ligação dos sindicatos aos movimentos sociais. Eis uma reflexão pertinente e obrigatória! Os sindicatos não devem ter medo de perder a sua identidade! A realidade não para e os trabalhadores ou apostam nos seus sindicatos ou criam outras organizações. Os sindicalistas profissionais que se cuidem….
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