segunda-feira, 2 de julho de 2012

NEM CONFORMISMO NEM HIPERATIVISMO SINDICAL!

A nova direção da CGTP saída do Congresso de janeiro ficou com uma missão difícil pela frente. Um país a empobrecer e um ataque ao mundo do trabalho sem igual nos anos de democracia! Para piorar as coisas, e após uma greve geral conjunta, a CGTP viu a UGT assinar um acordo social considerado por muitos especialistas a entrega de bandeja ao patronato de algo que há muito este reivindicava como seja a facilitação dos despedimentos e trabalhar mais e mais barato e com larga flexibilidade nos horários!

Com a situação social a degradar-se e o medo do desemprego nas empresas, os sindicatos da CGTP têm uma vida difícil! A mobilização fica aquém do esperado tanto nas empresas como na rua! A UGT vai negociando, ou melhor, aceitando o menos mau e clamando dos incumprimentos deste governo!Na prática o conformismo!

Neste momento temos as duas centrais sindicais num caminho totalmente divergente. A UGT preferindo os confortáveis gabinetes do governo e a CGTP votada para um hiperativismo sindical na rua, com milhares de manifestações, muitas delas apenas de dirigentes sindicais.

Estes dois caminhos extremos podem levar ao descrédito sindical perante os trabalhadores e a um beco sem saída. Tanto a negociação pela negociação como a luta pela luta conduzem ao desgaste dos quadros e estruturas, bem como a um frenesim limitativo do pensamento estratégico.

A UGT ao acomodar-se á negociação com o poder, e ao retrato para inglês ver, vai perdendo o respeito de uma grande parte do bloco dirigente e governamental e, claro, dos trabalhadores sindicalizados nos seus sindicatos. A CGTP, com o seu frenesim sindical, embora indo ao encontro da sua ala mais radicalizada, vai chegar a situações difíceis de gerir como temos visto nos últimos dias em manifestações que visam ministros e Presidente da República!

Como descalça a bota uma CGTP tão preocupada em demarcar-se das manifestações mais radicalizadas dos movimentos de trabalhadores precários e de outros movimentos afins? Mas por acaso podemos brincar com o fogo sem nos queimarmos? Para onde nos leva a atual direção da CGTP sob a liderança de Arménio Carlos? Os protestos legítimos dos trabalhadores devem visar mudanças reais e ganhos para os trabalhadores. Caso contrário, alguns, e já são muitos, vão arreando as bandeiras! Neste momento nada pior que uma outra divisão nos trabalhadores: um setor sempre em luta e um outro que nem se mexe! Unir para resistir é a grande prioridade! Mas, unir exige sabedoria e saber ouvir….a direção atual da CGTP sabe ouvir?

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