O trabalho precário atinge todos setores profissionais e é a situação laboral normal de uma parte substancial dos trabalhadores portugueses. Há jovens trabalhadores que não conhecem nem conheceram outra situação laboral que não seja na precariedade. Esta questão está inclusive a atingir as classes dos médicos e enfermeiros para não falar de nutricionistas e outros licenciados que há muito ou não têm emprego ou têm trabalho á hora, ao dia á semana…
Perante esta situação e tendo em conta a experiencia no terreno os «Precários Inflexíveis» decidiram no sábado passado transformarem-se numa Associação Nacional de Combate á Precariedade. É um desafio de todo o tamanho este, na medida em que não é fácil organizar trabalhadores precários ou desempregados. Aliás, neste momento, nada é fácil em Portugal neste terreno! As pessoas estão com medo perante um desemprego assustador! Quem tem um emprego, por mau que seja, é para garantir com unhas e dentes mesmo que tenha que abdicar de direitos constitucionalmente garantidos! O medo nas empresas, o desemprego e os encargos familiares que hoje as pessoas suportam explicam muita da aparente inércia e não mobilização!
Um dos problemas imediatos da nova Associação é definir uma estratégia relativamente ao movimento sindical português! A realidade é que neste sistema as diversas organizações sociais são concorrentes e partilham frequentemente o mesmo espaço. Os sindicatos também organizam desempregados e precários! Com pouco sucesso, é verdade! A cooperação será a relação mais produtiva entre parceiros que trabalham pela dignidade do trabalho!
Outra questão não menos importante será a autonomia. A nova Associação terá todo o interesse em ter uma direção política autónoma e uma agenda de trabalho abrangente e competente!Ver
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