segunda-feira, 31 de agosto de 2009

METADE DOS PORTUGUESES TRABALHA AO SABADO!

Esta é uma realidade relativamente desconhecida. Poucos sabem, por exemplo, que metade da população empregada (49,8%) - ou seja, 2,5 milhões de portugueses - trabalha regularmente ao sábado, durante uma jornada inteira ou algumas horas.

E, segundo os dados mais recentes do INE relativos ao segundo trimestre deste ano, 17% trabalha à noite e 9% por turnos (ver caixas ao lado).Ganham as empresas e parte dos trabalhadores .

Para as empresas, os horários flexíveis, adaptáveis à natureza do negócio e ao ciclo de produção, são uma vantagem indiscutível.Gregório Rocha Novo, especialista em direito laboral e director da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), não tem dúvidas. "Sempre nos batemos por isso e estamos absolutamente convencidos de que vai ser uma realidade cada vez mais difundida. "Com a adaptabilidade, há um melhor aproveitamento do tempo nos casos em que há encomendas com prazos curtos para cumprir", exemplifica. E salienta: "E bom para as empresas, mas também para os trabalhadores porque lhes permite mais tempo com a família. Por exemplo, os horários concentrados permitem jornadas de trabalho longas em três ou quatro dias, mas depois o trabalhador tem dois dias de descanso que pode gerir como entender", refere.

António Dornelas, professor universitário e assessor do Ministro do Trabalho, lembra que as vantagens dependem de quem gere os horários: "Para os empresários, é bom quando gerem eles a flexibilidade. Para os trabalhadores é bom quando são eles a gerir, isto é, a terem formas não monetárias de gerir as presenças e ausências". Apesar disso, Dornelas está seguro de que a "adaptabilidade do tempo de trabalho é a melhor maneira de evitar a flexibilidade externa, isto é o despedimento e a contratação precária".E será que o aumento do recurso ao trabalho fora de horas é já uma consequência do novo Código do Trabalho? "Ainda é cedo para o dizer porque entrou em vigor há muito pouco tempo".

Opinião diferente tem Arménio Carlos, dirigente da CGTP que lembra que "as empresas decidem unilateralmente toda a organização do tempo de trabalho", sem ouvirem os seus empregados. Por outro lado, diz, a flexibilidade tem sido usada sobretudo como um "instrumento de redução de custos do trabalho" e não como um factor de produtividade ou de competitividade das empresas.(notícia do dia)

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