Todas as madrugadas, no Campo Grande, trabalhadores, legais e ilegais, são escolhidos para irem para as obras. O SEF e a Autoridade para as Condições de Trabalho estão atentos ao fenómeno.
O SEF e a Autoridade para as Condições do Trabalho estão atentos ao mercado de homens, semelhante às praças da jorna dos anos 60. Mas têm actuado mais nas empresas de construção civil do que sobre os angariadores de ilegais.
Na última grande operação do SEF no Campo Grande, em Setembro de 2008, foram fiscalizados 38 carrinhas de transporte de trabalhadores de construção civil e instaurados processos de contra-ordenação a sete empresas. O mercado de homens do Campo Grande surgiu há cerca de dez anos, no boom da construção civil.
Mas nem a crise fez baixar a oferta e a procura de mão-de-obra para as obras.Todas as madrugadas e manhãs, dezenas de imigrantes, legais e ilegais, esperam que uma carrinha os vá buscar perto do estádio do Sporting, no Campo Grande. Há oito anos que Dimitri vem todos os dias à 'feira de homens'. "É a única forma de conseguir dinheiro", justifica o moldavo.
Desde as 5h30 que Dimitri aguarda por um lugar numa das dezenas de carrinhas que estacionam em segunda fila. "Nos últimos dois meses tem sido mais difícil. Não me dão trabalho", queixa-se.O imigrante ficará por ali até às 11h00, ao lado de um grupo de ucranianos e africanos.
Nenhum deles irá trabalhar naquele dia. "Somos os excluídos", vaticina. Wagner tem mais sorte. Às 7h00, o jovem brasileiro entra numa Ford Transit que o levará para uma obra em Cascais. Foi escolhido há quinze dias para pintar as paredes de uma fábrica por cerca de €5 à hora.Nenhum dos imigrantes que falou com o Expresso tem contrato de trabalho. A maioria irá receber, em dinheiro vivo, ao fim do dia. E os salários estão abaixo da média de um vulgar trabalhador de construção civil.(notícia do dia)
NOTA: será que as autoridades estão verdadeiramente atentas ao fenómeno?
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