A participação das mulheres no mercado de trabalho tem vindo a aumentar nas últimas décadas, representando actualmente 47% da população activa, mas elas ainda ganham menos do que os homens e ocupam os postos de trabalho menos qualificados.
Estes são os resultados de um estudo da CGTP, feito com base em dados do INE, acrescentando que em 2008 as mulheres tinham uma taxa de actividade de 48%, menos 10 pontos percentuais que a taxa masculina, que foi de 58%.Actualmente, mais de 2,4 milhões de mulheres portuguesas trabalham , 78% das quais por conta de outrem, o que mostra, segundo a CGTP, que a taxa de assalariamento das mulheres é superior à dos homens.
O estudo, que a Intersindical apresentou na V Conferência para a Igualdade entre Mulheres e Homens, refere que o emprego feminino aumentou apenas 1,8% entre 2005 e 2008 e considera que isto é "o reflexo do aumento da precariedade". Neste período aumentaram 23% os contratos não permanentes entre as mulheres trabalhadoras e desceram 1% os contratos permanentes.
De acordo com Odete Filipe, coordenadora da Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP, nos últimos quatro anos verificou-se "um retrocesso na emancipação económica das mulheres" provocado pelo aumento do desemprego feminino e discriminação salarial.Esta Comissão vai pedir aos partidos políticos e ao Governo, neste período pré-eleitoral, que defendam o emprego sem precariedade, melhores salários e ajudem a combater a discriminação entre homens e mulheres.
"O nosso objectivo é que o partidos adoptem, neste período de eleições, políticas que promovam a igualdade e combatam a discriminação", disse Odete Filipe.
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