segunda-feira, 26 de outubro de 2020

PANDEMIA: novos riscos para os trabalhadores!

 

O actual quadro de pandemia coloca novos riscos ás condições de trabalho e de saúde dos
trabalhadores.Para além da perda de rendimento, erosão da negociação colectiva e das dificuldades acrescidas  dos sindicatos vamos ter o aproveitamento que o mundo dos negócios faz da pandemia e da crise económica para acentuar a exploração através de exigências como as que fez recentemente o patrão alemão das indústrias metalomecanicas e metalúrgicas.Trabalhar mais horas e não pagar o subsídio de Natal.

Claro que estas ideias aparecem a poucos dias de uma fase de negociação colectiva em dezembro e quando já tinham sido aprovadas as 28 horas semanais para o sector.No site do Sindicato IG Metall não se faz referencia a estas exigências patronais.Fala-se sim do debate que se inicia nas fábricas sobre as próximas negociações e onde as organizações de trabalhadores têm uma palavra importante.

Mas quando os alemães falam outros se seguem normalmente.O patronato europeu prepara, entretanto, a sua ofensiva no quadro da pandemia e num momento de grandes constrangimentos da ação sindical europeia e nacional.Os primeiros dados apontam para algo inaceitável.As grandes fortunas aumentaram com a pandemia, ou seja, a riqueza acelera a sua concentração nas mãos dos mais ricos.

Neste quadro torna-se preocupante a fractura que já existe entre os trabalhadores europeus no que respeita á proteção da sua saúde.O sindicato IG Metall dá conta desta situação ao referir que em muitas fábricas existem trabalhadores que não aceitam as medidas de proteção anti-covid19 e acreditam em boatos que começam a circular em profusão como a de que a pandemia seria uma invenção dos judeus ou dos chineses para destruir a economia.Este sentimento já se expressa nas ruas de algumas cidades europeias e é grave que nas empresas cresça a ideia hostil à proteção da saúde.

Mais grave ainda pode ser esta ideia na medida em que são os trabalhadores de alguns sectores como a saúde, agricultura, limpeza e hotelaria que podem negligenciar a proteção pressionados pelos seus patrões  e, em especial, pela precariedade e pobreza em que vivem.

Há indícios claros de que vamos ter que nos mobilizar para o combate a novos riscos para os trabalhadores no quadro da pandemia.Para além dos ataques aos rendimentos dos trabalhadores vamos ter os ataques à sua saúde, nomeadamente com a desvalorização das medidas de combate e promoção da segurança e saúde no trabalho onde a vacina irá por certo ter o seu lugar.Mas também aqui certamente as opiniões se irão dividir entre os que são pró e os que são contra.

Para esta situação os sindicalistas e os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde vão ter que se preparar ao nível formativo e informativo.A desvalorização da saúde dos trabalhadores é principalmente prejudicial a estes mas também ás próprias empresas, ao ambiente social e á produtuvidade.

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