Por todo o lado vemos a conversa da treta manipuladora do conhecimento dos dominados!A conversa
da treta é o discurso dos documentos oficiais e conferências das grandes organizações internacionais como o FMI, a OCDE a Comissão Europeia e da maioria dos políticos e tecnocratas que governam a Europa!Esse discurso é produzido e reproduzido também nas universidades e nos escritos de uma parte significativa dos académicos.
Nessa conversa da treta o desemprego é um desafio e uma oportunidade para o desempregado, os baixos salários servem para estimular o empenhamento do trabalhador, aumentar o horário de trabalho serve para criar mais riqueza e combater a pobreza,limitar a contratação coletiva serve para equilibrar o poder nas empresas.Não existem perigos nem situações feias.Tudo é um desafio, uma oportunidade de vida!
O mundo das relações de trabalho e da exploração aparece como um mercado que comanda a vida, juntamente com as «vacas sagradas» da competitividade e da produtividade!
Mesmo no recente «Livro Verde» das Relações de Trabalho vemos esta conversa da treta, com um tom pretensamente neutral, onde as piores situações do trabalho em Portugal nos são apresentadas por inúmeros gráficos, tudo descrito na tal linguagem tecnocrática e manipuladora!Ali apresentam-se as situações como não tivessem causas e responsáveis pelas políticas de exploração de milhões de pessoas!As possíveis soluções irão à concertação social após um intenso debate público.Na concertação social serão feitos os arranjinhos necessários para que os mesmos de sempre percam mais direitos e a exploração se intensifique!
Esta conversa da treta é dominante nas empresas e no aparelho de Estado, ninguém «mija fora do penico»,tudo fala com as mesmas palavras!Se alguém tenta uma outra abordagem ou discurso é apelidado de «radical»!E hoje chamar radical a uma pessoa, em especial um técnico, será mau para a sua carreira.Hoje quem fala fora do discurso dominante é apelidado de radical ou populista!E radical é quase sinónimo de «terrorista», cuidado portanto! 0 melhor é as meias tintas, a pretensa neutralidade, o discurso redondo que nada diz e poucos irão ler!
Há que desmontar este discurso ridículo e manipulador!0s ativistas sindicais e os cientistas sociais têm aqui especiais responsabilidades.Há que descodificar esta linguagem e recusar a utilização de conceitos que coisificam o trabalhador !Felizmente que temos já muita gente a contestar este discurso e o pensamento dominante.Temos gente altamente qualificada que apresenta alternativas e apresenta outro discurso.Todavia ainda se alinha num discurso muito fechado, mesmo que progressista e alternativo!Um discurso das academias, de seita, de grupo!
É necessária uma maior simbiose cultural entre os investigadores e pensadores alternativos e o mundo sindical!Este também ganhará muito em se abrir mais ao mundo académico.0s trabalhadores organizados precisam dos investigadores.Esta aliança é histórica e sempre existiu.Ela dará frutos no presente e no futuro!
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