Historicamente o Movimento organizado dos trabalhadores é portador de uma cultura e de uma visão do mundo pluralista sob ponto de vista ideológico.O Movimento Operário gerou diversas expressões ideológicas ao longo da História em simbiose com várias doutrinas e filosofias, com destaque para as doutrinas socialistas, comunistas, anarquistas e cristãs.
Em vários países e ao longo de décadas o Movimento dos Trabalhadores foi um espaço privilegiado de cultura, de aliança entre os trabalhadores manuais e os intelectuais mais progressistas, sendo os sindicatos verdadeiros espaços de autodidatismo, de literacia e de consciência política e social!
O sindicato é assim muito mais do que um instrumento de combate pelo salário e condições de trabalho dos assalariados.É um espaço de cultura , lugar de expressão da personalidade dos trabalhadores, enfim de emancipação social e política destes.
No ultimo Congresso da UGT, Carlos Silva, apelava aos patrões para abrirem as portas aos sindicatos, pelo menos, dizia, aos «bons sindicatos» , os que apenas querem negociar o salário e as condições de trabalho dos trabalhadores, cheios de respeito e admiração pelos empresários, presumo!
O Secretário Geral da UGT não precisa nem deve mendigar aos patrões a abertura das empresas à organização sindical dos trabalhadores!O direito à organização sindical é constitucional e e é um direito fundamental dos trabalhadores portugueses e europeus!
Se a empresa e empresário, enquanto instituição, merecem o respeito da sociedade portuguesa, igual respeito merece a organização sindical dos trabalhadores na empresa e o sindicato do setor ou a confederação.A empresa não existiria sem os trabalhadores que produzem a riqueza!
O Movimento sindical e outras organizações de trabalhadores do nosso País são um elemento central da nossa democracia e são instituições culturais de relevo!Continuam a ser!Ali se educam líderes e animadores, pessoas que sabem tomar a palavra, gerir uma reunião ou falar em público!Ali se aprende a escrever um comunicado, a fazer um desdobrável a preparar uma campanha!E são milhares os delegados sindicais que com mais ou menos instrução aprendem a perceber o devir histórico e social, a ler a legislação laboral e a definir objetivos e a gizar planos de trabalho !
É pena que em Portugal não se valorize o sindicalismo,nomeadamente na escola!Muito há a fazer neste capítulo.Basta ver o reduzido número de crónicas ou artigos que se escrevem sobre esta matéria na imprensa diária e semanal....e, no entanto, sobre tanta futilidade se escreve!!
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