sexta-feira, 3 de março de 2017

UM 1º DE MAIO N0 PORTO NO SÉCUL0 XIX!

«0 1º de Maio de 1890 calhou a uma quinta feira, dia de trabalho e foi convocado pelaATRP-Associaçãodos Trabalhadores da Região Portuguesa, reanimada por possibilistas..Teve a participação de mais de 20.000 pessoas que se manifestaram pelas ruas, não obstante as divisões ideológicas existentes nas estruturas do movimento operário.
Enfrentando as proibições legais aplicáveis, cerca de 8 mil trabalhadores fizeram greve para integrarem a manifestação convocada sob o lema dos «três oitos»-oito horas de trabalho, oito horas de estudo e oito horas de descanso...
No Porto, no dia 1 de Maio realizou-se apenas um comício no Monte Aventino,às Antas, a partir das duas horas da tarde, havendo fábricas que para o efeito encerraram ou deram folga aos operários.Apesar da chuva que caía, foram 12 mil os participantes, dos quais 2 mil mulheres, que ouviram as intervenções de três metalúrgicos, os serralheiros Tomás Gomes da Silva, Francisco Cardoso e Luís Soares e de outros três ativistas.
Em Lisboa e no Porto foram aprovadas idênticas reivindicações: proibição do trabalho aos menores de 14 anos, redução de 6 horas de trabalho semanal dos menores de 14 a 18 anos, proibição do trabalho noturno de menores e mulheres...
Em carta reivindicativa dirigida ao Rei e ao Governo foi reclamada a garantia de descanso semanal de 36 horas, sem interruções, a proibição de atividades e sistemas de produção prejudiciais à saúde dos trabalhadores, a responsabilização dos patrões pelos acidentes de trabalho e a proteção dos velhos ou inválidos do trabalho.
E para garantia da eficácia dos direitos reivindicados, exigiram a organização da vigilância das fábricas por inspetores«pagos pelo Estado e eleitos ao menos em parte pelos trabalhadores..»
Vítor Ranita in «Movimento Operário Portuense-nascimento e evolução ,1850-1914, Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.

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