A recente iniciativa da Comissão Europeia de lançar um Livro Branco sobre o futuro da Europa
perante o impasse que se vive nas suas instituições e sobre o seu desenvolvimenro económico e social, é uma boa ideia!
É uma boa ideia se for uma iniciativa genuína de debate e participação e não mais um punhado de areia para tapar os olhos, entreter o pagode enquanto se aplicam as políticas austeritárias do costume, ou seja, mais flexibilização laboral,mais desvalorização do trabalho, mais erosão e redução do papel dos serviços públicos.
É assim necessário participar neste debate e dizer que Europa queremos para o presente e para o futuro.Não entendo como podem pessoas de organizações e partidos de esquerda dizer que é um debate que não interessa, porque esta Europa não interessa.Precisamente se estão descontentes com o rumo da União Europeia é altura de dizerem como deve ser essa Europa.Ou não acreditam em tal projeto? Acreditam apenas na sobrevivência nacional?Num mundo global é uma visão tacanha, irrealista e perigosa para um pequeno país como Portugal!Neste mundo global temos que criar espaços maiores de partilha, solidariedade, comércio, trocas, culturas e de paz.Soberania?Sim!Mas Portugal nunca foi totalmente soberano!Porventura era soberano no tempo dos fascismo?O grau de soberania de um país depende de vários fatores, tais como a relação de forças mundial, o papel desse mesmo país na divisão internacional do trabalho, autonomia de recursos e dos blocos politico- militares existentes!A soberania relativa conquista-se com medidas de autonomia no campo económico, financeiro e internacional.Determinadas políticas da União retira-nos soberania embora outras reforcem o nosso papel no mundo tornando-nos menos vulneráveis!Há uma Europa básica na qual se podem rever a grande maioria dos europeus. Não queremos uma Europa da senhora Le Pen e seus amigos.
As organizações de trabalhadores europeias vão certamente participar neste debate e dizer o que querem ao nível político, económico e social.Os trabalhadores europeus são os mais interessados na paz, pois são eles, ou os seus filhos, que pagam o preço das guerras.São os mais interessados numa Europa com uma poderosa componente social, nomeadamente de direitos laborais e liberdade de organização e ação sindical.São os mais interessados no fortalecimento e aprofundamento da democracia e do poder dos trabalhadores.Os trabalhadores europeus, através das suas organizações, já disseram em vários locais e tempos com que Europa sonham.Nem todas estão em tudo de acordo.O debate irá mostrar igualmente as organizações que ficam satisfeitas apenas com umas migalhas do capitalismo e aquelas que querem uma Europa onde o poder dos trabalhadores seja capaz de enfrentar o poder do capital!
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