sábado, 4 de fevereiro de 2017

UGT E CGTP DE CANDEIAS ÀS AVESSAS!QUE SE PASSA?

 Nos últimos tempos nota-se uma aumento de azedume entre as centrais sindicais portuguesas.Uma maior fricção ocorreu recentemente aquando do recente acordo na concertação social sobre o salário mínimo, assinado pela UGT com as entidades patronais e o Governo e que incluía a descida da TSU para as empresas como compensação!
Este azedume histórico, que ocorre de quando em quando, mas que não impediu por vezes ações em conjunto, comporta agora alguma novidade que mereça alguma reflexão?Claro que sim!É notório que a imprensa tem noticiado com mais frequência este acentuar do azedume, dando voz em especial a Carlos Silva, Secretário-Geral da UGT, que aproveita para bater na CGTP com os velhos argumentos da partidarização e assumindo, por vezes, as teses dos empresários!
O que verdadeiramente está na base do incómodo sindical da UGT é uma questão de poder.Por paradoxal  que seja a nova fórmula governativa liderada pelo PS retirou poder à UGT e reforçou a CGTP no terreno institucional, o único espaço onde verdadeiramente a UGT ganha alguns pontos â CGTP.As formas governativas à direita  precisam de uma central sempre aberta à negociação, nem que seja para «inglês ver» ou ,já agora, para Bruxelas ver!A atual forma governativa fez pesar a balança para a CGTP que, apesar de todas as fragilidades, é a única organização sindical que pode agitar as águas sociais e criar problemas ao governo e à economia!A sua posição vigilante de esperar para ver ajuda naturalmente o atual governo!Nunca os empresários e os serviços públicos tiveram tão grande paz social!Muitos estão a ganhar dinheiro mas, mais tarde ou mais cedo, deverão repartir os ganhos de produtividade!
Assim, Carlos Silva vê-se entre o setor sindical da direita ,sempre a cobrar, e o seu próprio partido que sobrevaloriza, segundo ele, a importância da CGTP!Para ganhar protagonismo e espaço Carlos Silva critica a liderança atual do seu partido e encosta-se às teses da direita, nomeadamente sobre a precariedade e o aumento do salário mínimo!
Acirrando esta situação temos que o secretário Geral da CGTP, Arménio Carlos, não leva aparentemente a sério as diatribes de Carlos Silva, desvaloriza o seu papel e põe o dedo na ferida onde efetivamente mais dói.Por um lado não é veradade que a CGTP nunca assine acordos.Já assinou pelo menos um sobre o salário mínimo, e outros sobre formação profissional e segurança e saúde no trabalho. Por outro lado, quem estuda  os acordos de concertação social onde a UGT tem colocado a assinatura os trabalhadores ficam a perder mais do que a ganhar.0 mais grave de todos foi o que permitiu a perda de direitos e de rendimentos dos trabalhadores nos tempos da Troika! Daí que a avaliação que a CGTP faz da prestação da UGT seja negativa!
Embora vivamos numa sociedade de concorrência a extrema rivalidade sindical num quadro histórico de crise das organizações de trabalhadores não pode ser coisa boa!Empresas com dezenas de organizações sindicais em rivalidade permanente ainda fragilizam mais as lutas dos trabalhadores.
Levar a luta partidária para o interior dos sindicatos é um enorme erro que tem custado caro ao sindicalismo português.Nem a UGT de Carlos Silva nem a CGTP de Arménio Carlos são verdadeiramente autónomas!Mas francamente vejo mais autonomia sindical na CGTP, apesar da forte influência do PCP na sua linha estratégica e no número de quadros, do que na UGT!

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