Um jornal diário escrevia hoje um
título lamentável! Assim: «Mais de um quarto dos polícias que se
suicidaram
bebia demasiado»! Se fosse um familiar de qualquer agente suicidado ficaria
chocado com esta falta de sensibilidade jornalística! A notícia referia um
relatório do Ministério da Administração Interna sobre as causas do suicídio na
PSP e na GNR, onde eram salientados aspectos como o álcool e os problemas
pessoais como principais factores do suicídio. Visto o relatório, coordenado
por um psiquiatra, as coisas não são vistas desta maneira mas com muito maior cuidado
e rigor, sem darem essa importância ao álcool ou a outras substâncias. O uso da
bebida e de drogas já são resultado de outros problemas que os agentes estão a
viver, alguns pessoais e outros profissionais como a violência, a cultura
policial que ignora ou ignorava a doença mental e os regulamentos disciplinares
elaborados de forma militarizada e o acesso fácil a uma arma.
O fenómeno do suicídio nas Forças
de Segurança tem vindo a ser estudado, existindo inclusive um Plano de Prevenção
para estas forças desde pelo menos 2006.O relatório agora publicado informa que
entre 2007 e 20015,num período de 7 anos suicidaram-se 89 agentes da PSP e da
GNR!É muito! É uma taxa muito superior à taxa da população civil! Uma
percentagem importante matou-se no local de trabalho e com a arma de serviço.
Quer queiramos quer não esta taxa
de suicídio é um sinal claro de que algo vai muito mal nas Forças de Segurança
em Portugal! É louvável o esforço e as medidas de prevenção estabelecidas pelo
Ministério da Administração Pública!
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